Emergente, China vira prioridade de principais ligas e clubes do mundo

Atletas do New Orleans Pelicans na Muralha da China

Com os investimentos em patrocínio esportivo batendo no teto em seus países de origem, clubes e ligas se voltam para o novo Eldorado esportivo: a China. A economia mais emergente do planeta virou o novo mercado a ser explorado.

Uma das ligas com negócios mais promissores no país é a NBA. O principal torneio de basquete do mundo renovou contrato para garantir maior exposição de seus jogos na China e anunciou acordos de patrocínio para o país.

A liga renovou aliança com a BesTV, uma relação iniciada na temporada 1996/1997 através do Shanghai Media Group (SMG).

“Através das plataformas BesTV e dos canais da SMG vamos oferecer aos torcedores mais acesso a todos os jogos. O mais importante é que essa aliança nos ajudará a fazer o basquete seguir crescendo na China”, afirmou Adam Silver, comissário da liga.

 

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A plataforma irá transmitir cerca de 1.300 partidas da NBA por temporada e, pela primeira vez, poderá ser acessada através de consoles de Xbox. “Essa renovação se baseia em nossos 20 anos de colaboração com a NBA para oferecer aos fãs jogos e conteúdo da liga”, afirmou Wang, responsável pela SMG.

Além desse acordo, a NBA chegou a um acordo de patrocínio com a Vivo, que estará presente na celebração do ano novo chinês e nas partidas do NBA Global Games no país, entre New Orleans Pelicans e Houston Rockets.

“A Vivo é uma empresa líder na criação e desenvolvimento de smartphones. Que sejam bem-vindos à família NBA”, afirmou David Shoemaker, executivo da NBA na China.

Na semana passada, outra gigante, a ExxonMobil firmou o maior contrato de uma empresa de petróleo da história da liga. O acordo é válido para exploração de propriedades da NBA na China e nos EUA.

Negócio da China – Nem só a liga de basquete foi seduzida pelo potencial do mercado local. O liga francesa, em conjunto com a federação de futebol do país, anunciou a abertura de um escritório comercial na China para o início de 2017.

A ideia é desenvolver quatro tarefas prioritárias: exportação do modelo francês de formação, divulgação da imagem da seleção e da liga e da Copa da França, estreitar laços com a China e apoiar a internacionalização dos clubes do país.

“Estar na China é muito importante para o futebol francês e me sinto orgulhoso de que a FFF [Federação Francesa de Futebol] e a LFP [Liga de Futebol Profissional] tenham decidido trabalhar juntas nesse projeto”, afirmou Ficot Mathieu, diretor de desenvolvimento econômico da liga.

Lyon, que vendeu 20% para investidores chineses

Uma das primeiras iniciativas da Ligue-1 para garantir presença no gigante asiático foi a disputa da Supercopa da França em Pequim, em 2014. Posteriormente, o jogo foi programado para países como Estados Unidos, Canadá e Áustria.

Um dos motivos principais da iniciativa é a chegada de investimentos chineses no Campeonato Francês. O movimento mais importante foi do grupo IDG, que adquiriu 20% do Lyon por € 100 milhões. Auxerre e Nice também foram adquiridos recentemente por grupos chineses.

Em liquidação – Investidores chineses também compraram, nos últimos meses, clubes tradicionais da Europa, como Milan, Inter de Milão, West Bromwich. Na Espanha, o Grupo Wanda comprou 20% do Atlético de Madri. Já o Grupo Rastar adquiriu 45,1% do Espanyol. A empresa ainda espera comprar o restante do clube da Catalunha.

Real Sociedad, que tem patrocínio de marca chinesa

A liga espanhola foi outra a assinar contrato visando o mercado chinês. A vinícola Marqués del Atrio irá promover seus produtos na China através de acordo de patrocínio com o Campeonato Espanhol. O grupo chinês Changyu Pioneer Wine comprou 75% da empresa sediada na Navarra no ano passado.

No último acordo de TV, a LFP (Liga de Futebol Profissional) da Espanha acertou receber € 250 milhões anuais pela transmissão de seus jogos na China pela PPTV.

“Ao lado da Espanha, a China é o país mais importante para nós. Por isso, temos uma estratégia especial. Há três anos que temos horários para que se possa assistir ao futebol espanhol na China. Nesta temporada, inauguramos novo horário, para coincidir com o horário de maior audiência na China”, afirmou Javier Tebas, presidente da liga. 

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