“Escondidos”, Flu e Unimed veem prejuízo ao torcedor

Nem VP de marketing pôde assistir à vitória por 1 a 0 sobre o Arsenal

Nem VP de marketing pôde assistir à vitória por 1 a 0 sobre o Arsenal

O Fluminense estreou na Copa Santander Libertadores na noite da última terça-feira (7). A vitória sobre o Arsenal da Argentina, por 1 a 0, no entanto, foi vista por muito menos torcedores do que a média obtida em edições anteriores do torneio. A razão, uma disputa entre a Fox Sports e as operadoras de TV por assinatura, motivou críticas do clube e de seu principal patrocinador.

Nem o vice-presidente de marketing da equipe carioca, Idel Halfen, conseguiu assistir à partida. O dirigente voltou de viagem a São Paulo na noite da última terça, deparou-se com o estádio Engenhão fechado e esperava acompanhar ao confronto pela televisão, mas não o encontrou em nenhuma programação.

“O maior prejuízo que a gente tem, conceitualmente, é afastar o Fluminense dos torcedores de outros Estados, que não merecem isso. É um desserviço ao clube que quer expandir a marca, trabalhar com o torcedor. Se o conteúdo começar a não ser disponibilizado, em longo prazo, pode acontecer de as pessoas terem menos intesse pelo esporte”, analisa o vice-presidente de marketing.

A queda na exposição é sensível. Em 2011, segundo dados fornecidos à Máquina do Esporte pela Informídia, empresa especializada em pesquisas sobre retorno de mídia no esporte, a Libertadores teve 535 jogos transmitidos na televisão. Desses, apenas 30 foram passados na TV aberta, na qual a Globo mantém o direito de exibição, enquanto os outros 505 passaram nos canais Sportv, Sportv 2 e Bandsports, hoje sem a competição.

Os números se repetiram em 2010. Das 455 transmissões feitas a respeito da Libertadores, somente 28 haviam sido feitas em TV aberta pela Globo. Todas as outras couberam aos três canais esportivos da rede fechada.

A Fox Sports, cuja estreia aconteceu no último domingo (5), ainda não conseguiu concluir negociações para ingressar nas programações de Net e Sky. As operadoras, juntas, detêm 70% dos 12 milhões de assinantes de TV paga no Brasil, e aí reside o principal ponto fraco. Até o momento, apenas Nossa TV, Oi e Neo TV transmitem o conteúdo da emissora do magnata australiano Rupert Murdoch.

No último jogo, a companhia abriu exceção e transmitiu a partida entre Fluminense e Arsenal por meio do Speed, canal voltado para a área automobilística. A NET e a Sky possuem essa estação, mas apenas nos pacotes mais caros, cujo número de assinantes é inferior. Na chamada pré-Libertadores, quando houve jogos de Internacional e Flamengo, a saída foi levar os duelos para o FX, mais acessível, não usado dessa vez.

Com tamanha queda nas transmissões, pelo menos até agora, quem também deixa de aparecer são os patrocinadores das equipes que não têm exibição garantida em TV aberta, como o Corinthians. Entre parceiros de Internacional, Fluminense, Vasco, Flamengo e Santos, estão Banrisul, Tramontina, Unimed, Eletrobras, BMG, TIM, Netshoes e CSU, todos sem aparecer nas partidas da Libertadores.

“É uma pena que a torcida do Fluminense no Brasil inteiro e aqueles que não vão ao estádio não possam assistir ao jogo”, lamenta Celso Barros, presidente da Unimed, principal patrocinadora da equipe das Laranjeiras, que jogou ontem. “A nossa marca está bem consolidada na cabeça do torcedor, então o maior prejuízo é para ele, para a torcida”.

A TIM, como é patrocinadora de Corinthians e Flamengo, afirmou que não iria se manifestar por ora, pois a exibição feita pela Globo rende a exposição almejada. A Netshoes disse não haver porta-voz disponível para comentar o caso, enquanto todos os outros envolvidos não responderam à reportagem até o fechamento deste texto.

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