Especial MLS: futebol cresce nos Estados Unidos, mas ainda é esporte de nicho

O futebol ainda está longe de ser grande nos Estados Unidos. Apesar de o ‘soccer’ estar mais conhecido e apreciado, ainda é um esporte de nicho. E por mais que os números estejam melhores, o americano ainda demonstra, no geral, preferência por outras modalidades.

Futebol americano, beisebol, basquete e hóquei são considerados os quatro principais esportes do país. Hoje, a Major League Soccer (MLS) se esforça para consolidar o futebol como a quinta força dos Estados Unidos. No entanto, o caminho ainda é longo, e algumas histórias recentes reforçam isso.

No dia 24 de março de 2017, por exemplo, o time masculino de futebol dos Estados Unidos jogava contra Honduras, um jogo crítico para a seleção americana, que estava fora da zona de classificação para Copa do Mundo na Rússia. Enquanto cerca de 18 mil pessoas estiveram no estádio para ver a goleada de 6 a 0 da equipe local, a partida foi transmitida apenas por canal pago. Na mesma hora, as oitavas de final do basquete universitário aconteciam. Dois dos jogos foram transmitidos por pela televisão aberta e todos os demais em canais pagos. Em muitos bares, o convite era para assistir o basquete universitário e nenhuma tela exibia o futebol.

Há algumas semanas, uma situação interessante ficou por conta do apresentador de um dos telejornais da região da Bay Area, onde ficam as cidades de San Francisco, Oakland e San Jose, que possuem sete times profissionais – San Francisco 49ers e Oakland Raiders na NFL, San Francisco Giants e Oakland A’s no baseball, Golden State Warriors na NBA, San Jose Sharks no hóquei e San Jose Earthquakes na Major League Soccer. Ele anunciou que naquele dia histórico “todos os times da Bay Area, menos 49ers e Raiders, entraram em campo”. Todas as equipes receberam reportagens do mesmo tamanho. Exceto o futebol, que foi completamente ignorado.

Outras histórias curiosas ocorreram durante a Copa América Centenário, organizada nos Estados Unidos no ano passado. Apesar de ser transmitida apenas por um canal pago, o evento até atraiu grande público para os estádios. O interesse, no entanto, ficou mais com os latinos.  A organização buscava voluntários que falassem espanhol sem a necessidade de falar inglês, principalmente para a sala de imprensa.  A maioria dos jornalistas que cobriram as partidas nas quais os Estados Unidos jogavam eram da América Latina.

Já a semifinal entre Estados Unidos e Argentina foi o 49º evento esportivo mais assistido na televisão em 2016 em solo norte-americano. Porém, nos bares onde o jogo estava sendo transmitido, havia muito mais camisas da Argentina.  Onde o futebol não estava sendo exibido, a preferência foi para o baseball, mesmo com a temporada regular ainda no meio. E muitos torcedores americanos deram preferência ao beisebol.

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