Esporte amador vive boom pós-Caixa em início de ano

O afastamento da Caixa do esporte gerou um enorme vácuo no segmento. Mas, enquanto o futebol ainda se adapta a uma nova realidade financeira, os esportes amadores têm demonstrado força neste início de ano. Somente nesta semana, foram três anúncios que mostram que corrida de rua e eventos similares mantêm prestígio em alta no mercado esportivo.

O mais impactante foi a decisão da Cosan, dona de marcas como Raízen e Comgás. O plano da companhia é dominar o mercado de rua, com investimento em 110 provas espalhadas pelo país. A estratégia inclui uma campanha publicitária, um fato inédito na história da empresa no mercado brasileiro.

Foto: Divulgação / Cosan

A Cosan abriu caminho para ser substituta da Caixa no mercado de corrida de rua. O banco estatal investiu R$ 31 milhões em corridas de rua e eventos esportivos pontuais em 2018, mas deverá retirar a grande maioria do investimento. A Maratona de São Paulo é um exemplo: trocou a empresa pela Cosan na condição de principal patrocinadora, movimento seguido por diversos eventos esportivos.

Também nesta semana, a Procter & Gamble deu mais um sinal de força às corridas de rua. A empresa anunciou a estratégia de usar eventos para divulgar um produto novo da Downy, marca de amaciantes. Para ressaltar a importância do artigo em roupas esportivas, a companhia acertou patrocínios em algumas provas, como, por exemplo, o circuito Santander Track&Field Run Series.

Foto: Reprodução / Facebook (@TFSportsOficial) 

Nesta quinta-feira (14), haverá um novo bom sinal para o mercado. Será lançado o Ironman 70.3 para São Paulo. A prova acontecerá na Cidade Universitária, no dia 10 de novembro, e reunirá 1.600 atletas. Será a primeira vez que o circuito terá uma etapa na capital paulista, e a expansão é mais uma amostra de fôlego.

Até o ano passado, o circuito Ironman tinha a Caixa como patrocinadora no Brasil. A organização não abriu à reportagem quem será a marca principal deste ano; o parceiro será revelado apenas no evento desta quinta. Mas é fato que, em um ano de expectativas baixas, uma nova etapa mostra a força do segmento.

Há poucos dados consolidados sobre corridas de rua no Brasil, mas há um certo consenso sobre o forte crescimento dos eventos, um movimento que já ocorre há duas décadas. A estimativa é de que a modalidade movimente pelo menos R$ 1 bilhão todo ano, de forma direta e indireta. Segundo a Federação Paulista de Atletismo, foram 800 mil inscritos em provas somente no Estado de São Paulo, em 2016.

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