O empoderamento feminino chegou ao esporte. As ações que mais chamaram a atenção pelo Dia Internacional da Mulher, comemorado nesta terça-feira (dia 8), não foram descontos, ingressos grátis ou distribuição de flores e chocolates. As iniciativas que denunciaram as condições atuais e exaltaram a luta por igualdade de gênero foram as que mais repercutiram.
Um exemplo foi o Cruzeiro, que jogou contra o Murici (AL), pela Copa do Brasil, com mensagens sobre a desigualdade entre os sexos. O time aproveitou a numeração dos jogadores para ilustrar estatísticas vergonhosas na camisa. “A cada 11min, um estupro” e “A cada dez jovens, 8 sofreram assédio” foram alguns dos recados.
“Muita gente pensa que a luta pelos direitos das mulheres não faz mais sentido. Mas os dados que os jogadores exibiram mostram o quanto essa questão segue atual”, disse Letícia Bahia, diretora institucional da ONG Azmina, responsável pelas estatísticas estampadas nas camisas.
Flamengo e Palmeiras exaltaram a participação das mulheres nas arquibancadas. O Allianz Parque, estádio do clube de SP, revelou, em suas redes sociais, que 45% das arquibancadas hoje são preenchidas pelo sexo feminino.
“Neste dia 8 de março, Dia Internacional da Mulher, queremos homenagear todas as mulheres, especialmente as palestrinas, que ostentam sua fibra em nossas arquibancadas, na luta pelo direito de cantar e vibrar onde quiserem. Direitos iguais sempre. Desigualdade nunca”, afirmou.
O Flamengo lançou uma versão rosa do uniforme com edição limitada. Também postou no Facebook a defesa da participação feminina.
“No Flamengo, a gente acredita que pensar em igualdade feminina não é coisa pra se fazer em um dia só. A gente precisa pensar e agir todos os dias. Por isso, o Flamengo começa hoje uma série de ações para as mulheres estarem cada vez mais presentes na nossa torcida e nos estádios. É o movimento #MaisMulherNoEstádio.”
O clube promete criar mais produtos e parcerias para as mulheres e melhorar os serviços a elas no programa de sócio-torcedor. As iniciativas serão tocadas por uma equipe feminina do clube.
Já o Vôlei Nestlé lançou a websérie “No Rolê”, que traz histórias inspiradas nas jogadoras do time. Os vídeos serão veiculados nos canais digitais da marca, mostrando a trajetória de superação das atletas.
São seis episódios, cada um com uma narrativa diferente de empoderamento. O primeiro da série, “Mulheres Guerreiras”, foi lançado ontem e mostra os desafios que Dani Lins e Nati Martins enfrentaram na carreira. A levantadora superou uma arritmia. Já a central enfrentou a surdez para se tornar jogadora.