Na última semana, a Crowe Horwath RCS divulgou um estudo que mostra que, com as reformas dos estádios brasileiros para a Copa do Mundo de 2014, os clubes poderiam dobrar a receita obtida por meio de suas arenas, chegando a um valor total de R$ 520 milhões. Os estádios, no entanto, não são a única mudança necessária para se chegar a esse valor.
Atualmente, os clubes brasileiros que utilizam estádios públicos têm dificuldade em fazer uso de suas propriedades, por falta de acordos com o Estado. O Flamengo, por exemplo, não pode lucrar com os camarotes do Maracanã, que têm suas administrações comandadas pelo Governo do Estado do Rio de Janeiro.
Segundo Amir Somoggi, diretor da área de gestão esportiva da Crowe Horwath RCS, é preciso mudar os acordos que envolvem os clubes que não fazem jogos em seus próprios estádios. O diretor cita exemplos europeus para se justificar. “Do jeito que está, o acréscimo fica limitado. Mas não é assim que acontece com a Inter de Milão no San Siro, ou com a Roma no Estádio Olímpico”, afirmou.
Atualmente, os únicos prováveis clubes que poderiam conseguir receitas expressivas com as reformas realizadas pela Copa do Mundo seriam Internacional, Atlético Paranaense e Corinthians, donos das três arenas particulares que devem ser usadas no Mundial. O Corinthians, por exemplo, calcula que conseguirá mais de R$ 50 milhões anuais apenas com o uso das propriedades do seu futuro estádio.
Outro exemplo de clube que vem tentando obter mais recursos com uma arena moderna é o Botafogo, que não tem estádio na Copa, mas é dono do Engenhão, palco dos Jogos Pan-americanos de 2007 e dos Jogos Olímpicos de 2016. A direção alvinegra tem como estratégia declarada dar prioridade aos novos contratos firmados para a sua arena, que deverá ter até restaurante panor”mico já em 2011.
Ainda que não consigam mudar os acordos com o Estado, os times podem aumentar suas receitas com bilheterias, já que terão estádios modernos, confortáveis e com boa capacidade, o que naturalmente chamará um maior público. “Mas os clubes não podem ficar na dependência da bilheteria”, reforça Somoggi.