Depois de um boom no fim da década passada, os Estados Unidos voltarão a investir na estrutura do futebol feminino. A ideia é reformular a federação local, desfeita depois da temporada 2003. Para isso, um intenso projeto de marketing acompanha a Women?s Professional Soccer (WPS), liga que teve início na semana passada. A WPS terá 16 equipes nas duas próximas edições, mas já anunciou um time de Portland e outro de Vancouver (Canadá) a partir da temporada 2011. O crescimento do número de entidades envolvidas na competição será acompanhado por iniciativas e planos para o desenvolvimento da modalidade nos Estados Unidos. Para isso, por exemplo, os jogos da WPS serão transmitidos no canal de futebol da Fox, às 18h de todos os domingos (horário local). Além disso, a Puma será patrocinadora exclusiva da competição e a Soccer United Marketing, divisão de marketing da Major League Soccer, atuará diretamente no torneio feminino. ?Nós abandonamos as expectativas exageradas e jogaremos em novos estádios, menores, com um plano de negócios que permite que os clubes se sustentem desde que atraiam platéias de entre 4 mil e 6 mil espectadores?, explicou Tonya Atonucci, comissária da WPS, ao jornal ?The New York Times?. A WPS ainda terá franquias baseadas em parcerias com clubes e projetos de desenvolvimento de atletas. A expectativa é que esses contratos aumentem a base de jogadoras de alto nível nos próximos anos. De quebra, a competição terá com estrelas como a brasileira Marta, melhor jogadora do mundo em eleição realizada pela Fifa nos últimos três anos. Os salários são limitados a US$ 565 mil (R$ 1,2 milhão) por temporada, mas as atletas podem ampliar seus vencimentos com contratos de patrocínios. O mais curioso, porém, é que a criação de uma nova estrutura para o futebol feminino nos Estados Unidos tem sido cercada de grande cautela. Há dois motivos fundamentais para isso: a crise financeira internacional e o retumbante fracasso da liga no fim da década passada ? as três primeiras edições daquele torneio tiveram investimento superior a US$ 100 milhões (R$ 225 milhões). ?Agora, nossos orçamentos são menores, mas não precisamos de tanta verba porque existem recursos como o Twitter, Facebook e outros. Tenho mais de 500 amigos no Facebook, e quando envio uma mensagem pelo Twitter ela atinge 5 mil pessoas, e isso custa zero à equipe?, disse Peter Wilt, presidente do Chicago Red Stars, que disputará a nova liga.
EUA retomam aposta no futebol feminino
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