Euro expõe queda de aportes chineses no futebol

Apesar do grande e crescente interesse do público chinês pelo futebol, as empresas do país asiático têm se mostrado enfraquecidas em suas tentativas de entrar no mercado do internacional da modalidade.

Na atual edição da Eurocopa, que está sendo realizada na Polônia e na Ucr”nia, por exemplo, não existe nenhuma empresa chinesa entre as patrocinadoras do torneio, segundo informações da agência de marketing Shankai Sports International, agente oficial de vendas de direitos da Euro no país asiático.

De acordo com CEO da empresa, Feng Tao, a maioria das companhias chinesas contatadas pela Shankai Sports para a venda de cotas de patrocínio não adota estratégias de marketing de longo prazo, o que afeta a sua capacidade de aumentar a presença da empresa no mercado internacional.

“A atual crise econômica da Europa tem, certamente, diminuído a confiança dos investidores. Então porque nós deveríamos patrocinar esse evento?”, questionou Liu Xiang, diretor de relações públicas da Peak Sport Product CO Ltd., uma das empresas líderes em material esportivo na China.

Segundo dados da Fifa, a expectativa é que a Eurocopa reúna na China cerca de um bilhão de yuans, o equivalente a US$ 156 milhões, em consumo de produtos relacionados à competição.

A Euro-2012 deve levar cerca de 1,4 milhão de torcedores para Polônia e Ucr”nia e será transmitida para mais de 200 países, somando bilhões de espectadores pela televisão.

A falta de interesse em um evento dessa relev”ncia é uma surpresa, já que alguns contratos de peso vinham sendo fechados por empresas chinesas do ramo do esporte nos últimos anos em países como Alemanha e Espanha.

Em janeiro de 2011, a Yingli Green Energy Holding Co. Ltd. fechou um acordo com o gigante alemão Bayern de Munique para se tornar um dos parceiros oficiais do clube. A empresa, uma das maiores do mundo no setor de energia renovável, já havia patrocinado a Copa do Mundo de 2010 e seguirá com o evento em 2014.

Entretanto, existem exemplos de acordos entre empresas chinesas e clubes europeus que não tiveram o retorno desejado. Um exemplo é o caso do Espanyol, de Barcelona, que assinou no início da temporada 2010/11 com a fornecedora de material esportivo chinesa Li Ning. Em maio, o time anunciou a quebra do contrato de quatro anos com a empresa para fechar com a alemã Puma.

O Espanyol foi o primeiro clube europeu a assinar com uma fornecedora de material esportivo chinês. Na temporada passada, o Sevilla, outro clube da primeira divisão do futebol espanhol, também teve seus uniformes feitos pela Li Ning, mas assim como o time de Barcelona, encerrou o acordo com a empresa chinesa para a próxima temporada, para a qual fechou contrato com a inglesa Umbro.

“Ainda há um longo caminho para as companhias chinesas aumentarem a presença internacional patrocinando equipes europeias, já que as marcas chinesas são menos competitivas que as internacionais. A verdade é que as marcas chinesas ainda não compreenderam completamente com funciona a indústria do futebol. Elas têm menos conhecimento de como lucrar investindo nessa indústria do futebol internacional”, analisou Xie Liang, comentarista de futebol na rádio Guangdong, da cidade de Guangzhou, em entrevista ao “China Daily”.

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