Lamine Diack, ex-presidente da Iaaf (Associação Internacional das Federações de Atletismo), está sendo investigado pela Justiça da França por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. O dirigente, que deixou o cargo em agosto, teria recebido € 200 mil da Federação Russa de Atletismo para encobrir um número de casos de doping ainda não revelado.
A polícia francesa também realizou operação de busca na sede da Iaaf, em Mônaco, no qual foram apreendidos computadores e documentação. O atual presidente Sebastian Coe, eleito há dois meses após vencer Sergei Bubka na eleição da entidade, esteve na sede da entidade no momento da invasão e se ofereceu para responder quaisquer perguntas que fossem feitas. Segundo fonte da agência Reuters, porém, a polícia não foi à Iaaf para interrogar o britânico.
Para completar o imbróglio que vive a entidade que comanda o atletismo, Gabriel Dollé, ex-diretor do departamento médico e antidoping da Iaaf, foi levado sob custódia em Nice (cidade próxima a Mônaco, no sul da França).
Outro envolvido no caso, Habib Cissé, consultor jurídico da Iaaf na administração Diack, também
teve o nome incluído na investigação sobre corrupção. Segundo a agência Associated Press, as provas para o processo foram fornecidas pela Wada (Agência Mundial Antidoping).
O processo teve início quando foi revelado que a maratonista Liliya Shobukhova teria desembolsado US$ 450 mil em 2014 para encobrir seu teste antidoping positivo. O pagamento foi feito a dois membros da federação russa.
Diack, que comandou o atletismo mundial por 16 anos, não comentou o caso. Já a Iaaf divulgou comunicado dizendo que irá ajudar nas investigações. “A Iaaf está cooperando plenamente com todas as investigações como tem sido desde o início do processo. Como parte da investigação francesa, a polícia esteve na sede da Iaaf ontem para tomar depoimentos e acessar nossa documentação. A Iaaf não fará mais comentários neste momento”, afirmou a entidade, através de comunicado oficial.