EY conclui: falta gestão ao futebol brasileiro, e não dinheiro

Evolução constante nas receitas mesmo em período de estagnação econômica, valorização da televisão, aumento de venda de jogadores e “matchday” em alta. Os clubes do futebol brasileiro tinham tudo para estarem vivendo um bom momento financeiro, mas, ainda assim, as dívidas crescem e o produto pouco melhora aos olhos dos torcedores. Essa foi a conclusão do ciclo de palestras que abordou a gestão do futebol no Brasil na Brasil Futebol Expo que teve início nesta quarta-feira (4), em São Paulo.

“O problema dos clubes não é dinheiro. Hoje, os clubes da Série A faturam mais de R$ 5 bilhões por ano. O problema é gestão”, cravou o sócio da EY para esportes, Alexandre Rangel.

Foto: Reprodução / Twitter (@CBF_Futebol)

A grande questão apontada é que as dívidas dos clubes subiram na mesma proporção que os rendimentos; o valor dobrou na última década. E, ainda que tenham sido ressaltadas as diferenças entre os tipos de dívida, o fato foi mostrado como um indicativo de má gestão, especialmente com a ausência de uma evolução significativa do produto: o futebol jogado em campo.

Por outro lado, alguns casos expressivos de renegociação de dívidas no futebol brasileiro foram citados. Grêmio, Flamengo e Palmeiras foram colocados como exemplos. Na última década, as três equipes tiveram aporte significativo de capital e optaram por amortizar antigos débitos. A preferência pela iniciativa, e não pela contratação de novos jogadores, foi apontada como o ideal em longo prazo.

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Apesar dos problemas de gestão permanecerem na maioria das equipes do futebol brasileiro, as receitas deverão permanecer em alta. O principal pilar deverá ser a televisão, com a entrada de novos agentes do mercado, como as companhias de streaming. Além disso, o faturamento em dias de jogos, entre ingressos e sócios-torcedores, tem mostrado crescimento acentuado nos últimos anos, o que demonstra uma maior consolidação das novas arenas.

No ciclo de palestras, a própria CBF, responsável pela Expo, foi colocada como exemplo de mudança profunda de gestão. O presidente da Câmara Nacional de Resolução de Disputas da entidade, Vitor Butruce, o diretor de governança, André Megale, e o coordenador da CBF Academy, Michel Mattar, mostraram as novas práticas que o órgão tem aplicado nos últimos anos. 

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