A falta de interessados em alguns direitos de transmissão no Brasil levou o grupo DAZN a acelerar a entrada no mercado nacional. O projeto de expansão global da plataforma de streaming tinha o país no radar, mas os planos foram acelerados depois de a atuação de um braço do grupo falhar na captação de interessados na aquisição dos direitos da Copa Sul-Americana.
Foi só quando a FC Diez Media não encontrou interessados na aquisição dos direitos da competição continental que o DAZN passou a considerar a entrada no mercado brasileiro. Há cerca de dois meses, a agência, joint venture entre a Perform (marca do grupo DAZN) e a IMG, não conseguiu nenhuma proposta relevante para a aquisição dos direitos da Sul-Americana. Assim, foi alterado o acordo com a Conmebol, que proibia a venda para empresas ligadas às duas marcas que compunham a agência. A entidade sul-americana, então, passou a negociar diretamente com o DAZN, que acabou chegando a um acordo pela exclusividade da competição.
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Na sequência, a empresa foi atrás de dois outros campeonatos de futebol “vagos” no mercado nacional. As ligas francesa e italiana, inflacionadas com as chegadas de Neymar e Cristiano Ronaldo, também estavam à disposição. O DAZN fez uma proposta irrecusável para comprar os dois torneios também com exclusividade, o que abriu definitivamente as portas para o mercado brasileiro.
A estratégia segue o histórico da empresa em outros países. Quando surgem oportunidades em eventos de alta relevância para o público e que estão disponíveis, a empresa decide iniciar suas operações. O movimento no mercado brasileiro foi tão rápido que o lançamento da plataforma está previsto apenas para 2019, quando começa a Copa Sul-Americana (o torneio tem início em 5 de fevereiro), mas, já na próxima semana, os perfis do DAZN no Facebook e no YouTube começam a transmitir os jogos da Juventus no Campeonato Italiano e do PSG no Francês.
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A ideia de colocar os jogos mais relevantes ao vivo de forma gratuita é parte da estratégia de lançamento. Até lá, o torcedor já começa a acompanhar os perfis da empresa nas redes sociais. A promessa do grupo é de que novos eventos de outros esportes sejam anunciados. O problema, para isso, é a falta de disponibilidade de eventos mais populares. As ligas de basquete, vôlei e futsal não estão disponíveis.
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Dinheiro não será problema. O DAZN é desde 2014 um braço do Access Industry, conglomerado do bilionário Len Blavatnik que, em 2011, pagou US$ 3,3 bilhões pela Warner Music e, desde 2016, ainda é dono da plataforma de música Deezer.