A audiência da Ligue 1, o Campeonato Francês, aumentou 25% na temporada passada. Boa parte da “culpa” disso foi a chegada de Neymar e o consequente crescimento de status e domínio do Paris Saint-Germain no país. No entanto, se para muitos o normal seria criticar o protagonismo tão grande de um clube, para o CEO da Liga Francesa de Futebol (LFP), é exatamente o contrário.
Na opinião de Didier Quillot, ter um clube com um poder de marca tão grande tem sido essencial para o crescimento do futebol francês aos olhos do mundo desde a temporada passada. O domínio do PSG, aliás, já vinha de antes da era Neymar: foram cinco títulos da Ligue 1 nas últimas seis temporadas. Mas o crescimento do clube desde 2017 no cenário mundial tem ajudado e muito no aumento da audiência do principal torneio de futebol do país.
Quillot ainda deixou claro que espera fechar contratos de direitos televisivos em países em que ainda não há nenhum canal transmitindo o torneio até dezembro. Um caso seria o Brasil, por exemplo, onde, até o momento, ninguém comprou os direitos para exibir os jogos do principal astro brasileiro em atividade.
Foto: Reprodução / Twitter (@PSG_inside)
“É claro que você quer uma liga competitiva, e no momento o PSG domina, mas há apenas dois anos o Mônaco foi campeão. É o mesmo na Bundesliga com o Bayern de Munique, na Serie A com a Juventus e até mesmo na LaLiga com Barcelona ou Real Madrid. Apenas a Inglaterra que é única e onde você não pode escolher o vencedor no início da temporada. Então, não é apenas uma questão do futebol francês. Mesmo que o PSG esteja dominando agora, não há consequências negativas. O comparecimento está em alta, o público de TV foi 25% maior no ano passado e novos investidores estão chegando. As pessoas querem ver as estrelas. Sim, eu prefiro menos domínio, mas isso não afeta meus indicadores econômicos”, revelou Didier Quillot.
Para se ter uma ideia, dentro do mercado francês, os direitos para o ciclo que vai de 2020 a 2024 já renderam mais de € 1,1 bilhão por temporada, com a agência de direitos esportivos espanhola Mediapro ficando com os três pacotes principais, enquanto a BeIN Sports e o grupo de telecomunicações Free, garantiram, cada um, um pacote.
Os acordos representaram um salto de 59,7% sobre o contrato que está vigente atualmente (€ 726,5 milhões por ano), e aproximaram os direitos domésticos da Ligue 1 do valor de campeonatos como La Liga e Bundesliga.
“Temos que melhorar o valor dos nossos direitos internacionalmente e uma forma de fazer isso é ter mais estrelas. Na China, por exemplo, os torcedores adoram clubes como Manchester United, Arsenal, Juventus, Barcelona e Real Madrid, e adoram nomes como Lionel Messi, Cristiano Ronaldo, Neymar e Mbappé. Grandes estrelas significam grandes lucros. Na minha opinião, Neymar e Mbappé são os dois melhores jogadores do mundo neste momento, e os dois jogam na França”, explicou o executivo.
O aumento da visibilidade e da audiência atrai também um número maior de patrocinadores. Recentemente, a montadora italiana Fiat renovou o contrato de patrocínio assinado em 2016 por mais esta temporada. Agora, além da marca ter visibilidade na Ligue 1 e na Ligue 2 (segunda divisão), vai aparecer pela primeira vez nas camisas dos jogadores de todos os clubes nos jogos da Copa da Liga Francesa.