A federação de atletismo britânica (UKA, na sigla em inglês) propôs a revisão da lista de recordes da Iaaf (Associação Internacional das Federações de Atletismo) por conta do doping. Assim, os britânicos, terra do atual presidente, Sebastian Coe, pede, em manifesto, um esporte limpo e “uma maior transparência, sanções mais rígidas, suspensões mais longas e revisão da lista de recordes mundiais suspeitos de haver sido obtidos por atletas em circunstâncias vantajosas”.
Ed Warner, presidente da federação britânica, defende a suspensão vitalícia para atletas culpados de doping. No Reino Unido, atletas que já foram suspensos no passado, não podem representar o país nos Jogos Olímpicos.
“A integridade do atletismo se pôs à prova como nunca em 2015. A confiança no esporte está em seu nível mais baixo em décadas. A UKA acredita que chegou o momento de realizar reformas radicais se o atletismo quiser recuperar o prestígio com o público”, afirmou Warner.
“O atletismo deve se comportar de maneira muito diferente para sair desta crise. Não voltaremos a ver um esporte limpo, que gere confiança no público se não estamos dispostos a sermos valentes. Por isso, propomos os meios para pôr as coisas em seu lugar”, acrescentou o dirigente.
O manifesto foi divulgado pouco antes de a Wada (Agência Mundial Antidoping) divulgar a segunda parte do relatório da Comissão Independente sobre Doping e Corrupção. A primeira parte do informe, publicada em novembro, causou um terremoto no mundo do atletismo, com a revelação de doping organizado na Rússia e as denúncias de corrupção nos mais altos níveis da Iaaf.