Segue o imbróglio antes do início da Primeira Liga. A reunião realizada na noite da última quinta-feira (21), no Rio de Janeiro, deveria ter selado a paz com a Federação de Futebol do Rio de Janeiro (Ferj) e a Confederação Brasileira de Futebol (CBF), mas manteve o suspense sobre a primeira edição da Liga Sul-Minas-Rio, com início marcado para o próximo dia 27.
Rubens Lopes, presidente da Ferj, liberou Flamengo e Fluminense para apenas duas datas no novo torneio, o que impediria a dupla carioca de disputar toda a fase de grupos e, eventualmente, semifinal e final da competição. O encontro teve as presenças de Gilvan de Pinho Tavares, máximo gestor da Primeira Liga, e de Walter Feldman, secretário-geral da CBF.
Apesar da falta de consenso, o cruzeirense pediu cautela para evitar o boicote ao Campeonato Brasileiro, medida extrema aceita por unanimidade entre os 15 participantes da Primeira Liga caso a Ferj puna Flamengo e Fluminense.
“Não vai ser necessário (chegar a esse ponto). Somos todos pessoas equilibradas, com bom senso e queremos apenas o bem do futebol brasileiro. Melhorar o futebol e não fazer intriga”, afirmou Gilvan, ao fim da reunião, ao site ESPN.com.br. “Foi uma boa reunião, evoluímos em muitos pontos e vamos evoluir ainda mais. De qualquer forma, temos uma posição dele de que é inteiramente favorável à liga e que, inclusive, não irá criar obstáculo”.
O principal entrave para selar a paz nestes termos, neste momento, é o contrato já assinado com a Rede Globo por R$ 5 milhões. Com a imposição da Ferj, a emissora não contaria com o calendário completo do torneio.
“Estamos caminhando bem. Acredito que vamos chegar a um acordo em relação a isso. Falta tão pouco para isso. Faltou mais diálogo com a Ferj nessa primeira fase. Agora está tendo e vai evoluir para que ocorra tudo bem”, finalizou o presidente do Cruzeiro.
As declarações irritaram o antigo CEO da Primeira Liga, Alexandre Kalil, que disparou farpas via Twitter. “É uma pena. Agora eu entendo claramente por que conspiraram contra mim. A Liga acabou. Eu avisei”, escreveu o ex-presidente do Atlético-MG na rede social.
No início da semana, Feldman disse à Máquina do Esporte que a CBF não daria o seu aval para a Liga Sul-Minas-Rio em 2016, apesar de considerá-la legítima em função da Lei Pelé.
“Não podemos autorizar um torneio que tem muitos conflitos para a sua realização, desde questões estatutárias até o respeito ao calendário. Neste momento, não há uma lacuna na agenda do futebol brasileiro que permita a realização da Liga Sul-Minas-Rio neste ano”, afirma o dirigente.
“Pela Lei Pelé, a Liga tem o direito de existir, mas sem o aval da CBF ela não é oficial. O pássaro pode se casar com o peixe, mas precisa saber onde fazer o seu ninho”, filosofou Feldman.