Ruas desertas em jogos da seleção, bandeiras, decorações em shoppings, clima de festa para a Copa do Mundo. A descrição normalmente serviria para ilustrar o Brasil, mas, neste ano, serve mais para falar da Colômbia. E, mesmo eliminada, a recepção de torcedores ao time mostra bem o momento que vive o futebol no país sul-americano.
A equipe derrotada nos pênaltis para a Inglaterra chegou a Bogotá nesta quinta-feira (5) nos braços do povo colombiano. Segundo relatos enviados à Máquina do Esporte, uma multidão esperava os jogadores no aeroporto, o que coroou todo o clima de festa que rondou o Mundial neste ano. O ônibus com os atletas foi até o estádio El Campín, o principal da capital do país, onde 25 mil pessoas estiveram presentes para aplaudir mais uma boa campanha da equipe.
O gosto pelo futebol está longe de ser novidade na Colômbia, mas pouquíssimas vezes o país se viu tão empolgado com o esporte. A festa, claro, passa pela política, já que a Copa do Mundo de 2018 foi a primeira após o fim do conflito armado entre o governo e as Forças Revolucionárias da Colômbia (Farc); foram 52 anos de guerra civil no país.
Mas há também um claro crescimento no futebol em território colombiano. Além da geração atual, exemplificada no talento de James Rodriguez, os times estão mais fortes. Em 2016, o sucesso do Atlético Nacional de Medellín, campeão da Libertadores e finalista da Sul-Americana, explicitou o bom momento.
Os números das equipes não mentem. Entre 2016 e 2017, o faturamento dos 36 principais clubes do país teve um aumento de 5,9%, com 648 bilhões de pesos colombianos (R$ 872 milhões, na conversão atual). Em ativos, com novas estruturas, o aumento foi ainda maior: 21,3%.
O ponto fraco do futebol colombiano, no entanto, é a dependência de venda de jogadores. Hoje, a maior porcentagem do faturamento das equipes está em comercialização de atletas. Se os colombianos veem pouco os seus grandes craques, pelo menos têm vibrado bastante com eles durante as Copas do Mundo.