A Espanha corre o risco de ficar fora da Copa do Mundo de 2018. Mesmo com uma campanha irretocável nas eliminatórias europeias, a Fúria pode perder a vaga por uma questão extracampo: a interferência do atual governo na Real Federação de Futebol Espanhol (RFEF), criticada e condenada veementemente pela Fifa. As informações são do jornal espanhol El País.
De acordo com a publicação, a Fifa teria enviado uma carta em tom de ameaça à RFEF, com severas críticas à possível interferência do governo do país na entidade que comanda o futebol espanhol. O motivo seria uma proposta do Conselho Superior de Esportes (CSD) que exige que se repitam as eleições realizadas para a presidência da federação.
O pleito, ocorrido em maio e que reelegeu Ángel María Villar, teria evidências de irregularidades. Villar, inclusive, foi preso em julho. Para a Fifa, a proposta do CSD é uma interferência governamental, o que colocaria em risco a autonomia da RFEF, ferindo o estatuto da entidade máxima do futebol mundial, que proíbe “interferência de terceiros”.
Esta não é a primeira vez que a Espanha recebe uma ameaça dessa magnitude. Em 2008, pouco antes de jogar a Eurocopa na Áustria e na Suíça em que terminaria como campeã, a seleção espanhola foi avisada de que corria o risco de ficar fora da competição por conta da recusa do governo do país em permitir que o processo eleitoral na RFEF fosse resolvido além de um certo tempo previsto.
Pelos lados da Fifa, esse tipo de ameaça também não é novidade. Além da Espanha, outros países também receberam ameaças e chegaram a ser suspensos por conta de intervenção política em suas federações. Entre eles estão Iraque (2009), Nigéria (2014) e Indonésia (2015).
No sorteio realizado no dia 1o de dezembro em Moscou, a Espanha caiu no Grupo B da Copa do Mundo do ano que vem, ao lado de Portugal, Marrocos e Irã. Se nada impedir, a Fúria tem estreia prevista para o dia 15 de junho, às 15h, no Estádio Olímpico de Sochi, diante de Portugal.