A Fifa anunciou na última quinta-feira (13) algumas medidas de modernização da entidade para os próximos anos, com o objetivo de ampliar a presença do futebol ao redor do mundo. E uma das iniciativas citadas remete diretamente aos maiores escândalos que envolveram a instituição nos últimos anos, em especial durante a Copa do Mundo de 2014, no Brasil.
A partir de agora, a Fifa não mais terceirizará a gestão de venda de ingressos da Copa do Mundo e da Copa das Confederações para uma agência. A entidade assumirá o controle da comercialização de entradas, como argumento que isso irá criar “novas formas de interagir com os fãs”, além de melhorar a capitalização com as vendas.
O curioso é que, no documento divulgado pela Fifa nesta semana, em nenhum momento a agência que fazia a venda de ingressos, a Match, foi citada diretamente. Foi dito apenas que “historicamente a venda era feita uma agência terceira”, a mesma que que gerenciava os programas de hospitalidade da Copa do Mundo.
A entidade também ressaltou que irá investigar a abertura para fornecedores terceiros de bilheteria e hospitalidade, o que inclui “seu provedor atual”. Segundo a entidade, o objetivo é garantir a transparência das relações contratuais.
O documento foi lançado após os escândalos que envolveram as vendas de ingressos para a Copa do Mundo de 2014 e que resultaram até na queda do secretário-geral da organização, Jérôme Valcke. O dirigente foi acusado de desviar verbas a partir de vendas de pacotes de ingressos.
Durante a Copa do Mundo, a situação da Match foi tão complicada que o CEO da companhia, Raymond Whelan, chegou a ser preso no Rio de Janeiro. Ele foi acusado de ser um dos chefes da quadrilha de cambistas que atuaram no torneio.
A Fifa não citou a Match, mas, teoricamente, o contrato com a agência irá até 2023. A Máquina do Esporte entrou em contato com a entidade para questionar a manutenção do acordo, mas, devido a diferença de fuso horário, não obteve resposta até o fechamento desta edição.
No documento, além da mudança nos ingressos, a Fifa prometeu medidas como a distribuição de US$ 4 bilhões nos próximos dez anos para as suas associadas, a fim de desenvolver o futebol em diversas regiões. Além disso, a entidade quer fortalecer sua marca e sua relação com torcedores nos próximos anos.