Fifa divulga relatório e aponta desvio de Teixeira

A Fifa divulgou, na terça-feira, o chamado Relatório Garcia, que traz a investigação da entidade sobre as escolhas de sedes da Copa do Mundo de 2018, que será na Rússia, e de 2022, a ser realizada no Qatar. As informações eram mantidas em sigilo, mas a federação resolveu vazar os documentos após um jornal alemão ter divulgado alguns trechos deles.

Entre as revelações divulgadas, estão os valores passados ao ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol, Ricardo Teixeira, que teria recebido verba da candidatura de Qatar para votar no país nas eleições para a Copa do Mundo.

Segundo as investigações de Michael Garcia, contratado pela Fifa para abordar o assunto, um amistoso entre Brasil e Argentina, realizado no Qatar em 2010, teria sido usado pela então candidata à Copa do Mundo de 2022 para comprar o voto de Ricardo Teixeira e também de Julio Grondona, presidente da federação argentina. Ambos confirmaram seus votos para o país.

Segundo o relatório, o Qatar pagou US$ 7 milhões para ter a partida entre os dois países, um valor consideravelmente acima do mercado. Segundo a investigação, a quantia extra seria uma forma de influenciar os dois dirigentes.

Os documentos também relatam exageros no trato do grupo que organizava a candidatura de Qatar à Copa do Mundo com o dirigente brasileiro. No amistoso entre Brasil e Argentina, Teixeira ficou hospedado em hotel da rede Four Seasons com diária de US$ 5,5 mil. A ordem era que ele tivesse sempre tratamento “TOP VVIP”.  

O relatório também aponta uma tentativa de Teixeira de ganhar propina da candidatura da Inglaterra pela Copa do Mundo de 2018.

 

Sandro Rosell seria intermediário do Qatar

Outro nome levantado no Relatório Garcia é o do ex-presidente do Barcelona, Sandro Rosell. Segundo as investigações, o dirigente espanhol seria um intermediário do Qatar para as negociações de compra de votos nos países sul-americanos.

Entre as evidências levantadas no relatório está uma transferência de US$ 2 milhões em 2011 para a filha de Ricardo Teixeira, na época com apenas dez anos de idade.

Não há uma evidência concreta que aponte que a quantia faça referência à compra de votos para Qatar, mas há relatos de dirigentes envolvidos de que o valor fora enviado pela confirmação da organização da Copa do Mundo no país asiático.

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