Fifa nega que chineses apenas suprem debandada de patrocinadores

A uma semana do encerramento da Copa do Mundo da Rússia, a Fifa decidiu rebater as especulações de que o Mundial de 2018 teve um inchaço de patrocinadores chineses apenas como maneira de suprir a debandada de marcas ocidentais. Desde 2015, quando explodiu o escândalo de corrupção, a entidade viu alguns de seus apoiadores irem embora e, pela primeira vez na história, fechou cinco patrocínios com empresas chinesas para 2018.

“Nós nunca falamos com ninguém nos dizendo ‘Sabe, vocês são tóxicos. Não queremos trabalhar com vocês’. É que a economia não foi tão boa, é um investimento pesado, e você teve uma mudança na economia mundial em que algumas empresas asiáticas, ou chinesas em particular, estão procurando o melhor vetor de comunicação para levar suas marcas ao mundo com uma pegada global”, declarou Philippe Le Floc’h, diretor comercial da Fifa, em entrevista à agência de notícias Reuters.

Foto: Reprodução / Twitter (@FIFAWorldCup)

Coincidência ou não, marcas como Castrol, Continental, Emirates, Johnson & Johnson e Sony são algumas que “largaram” a Fifa e a Copa do Mundo após o escândalo de corrupção que veio à tona em 2015. Das 34 cotas comerciais colocadas à venda para a Rússia, apenas metade foi preenchida.

E se tem um país que ajudou nesse preenchimento foi a China. Em 2018, o país asiático tem o grupo Wanda como parceiro da Fifa (com contrato até 2030) e mais três empresas (Hisense, Mengniu e Vivo) como patrocinadoras do Mundial.

Além das quatro, a Yadea fechou um acordo regional para o mercado asiático, o que fez da China, ao lado da Rússia, anfitriã da competição, o país com mais aportes à Copa do Mundo.

Se for levado em consideração que o primeiro patrocínio chinês a uma Copa do Mundo ocorreu apenas em 2010, com a fabricante de painéis solares Yingli Green Energy, o salto para 2018 é muito grande. Na Rússia, 35% da receita com patrocínios da Copa veio da China.

“As empresas chinesas estão ansiosas para aprender e expandir, além de desenvolver o futebol na China, que é o que também queremos fazer”, acrescentou Le Floc’h.

“O grupo Wanda é o primeiro parceiro chinês da Fifa, e estamos muito orgulhosos com isso. Estamos felizes em ver outras empresas chinesas seguirem os nossos passos, e acreditamos que será bom para o esporte na China se desenvolver, à medida que mais e mais empresas chinesas estiverem por trás da cena, assim como nós”, afirmou o CEO do grupo Wanda, Yang Hengming, também em entrevista à Reuters.

Vale lembrar, no entanto, que, além da presença de marcas menos conhecidas do público em geral e menos experientes em grandes eventos esportivos, a Copa do Mundo concretamente perdeu fôlego financeiro com as mudanças. A tentativa da Fifa de coroar sua nova imagem na Rússia foi detalhada pela Máquina do Esporte  aqui antes do Mundial começar.

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