Fifa quer punir manifestações racistas na Copa do Mundo de 2018, na Rússia

Claudio Sulser, do Comitê Disciplinar da Fifa

O presidente do Comitê Disciplinar da Fifa, Claudio Sulser, afirmou que a Rússia será punida se seus torcedores mostrarem comportamento racista durante a Copa do Mundo de 2018, que será disputada no país.

Os comentários de Sulser são uma reação a alguns casos recentes no país. Há 15 dias, o CSKA Moscou teve que jogar com portões fechados diante do Mancheter City pela Liga dos Campeões por causa de insultos racistas de seus torcedores.

Outro clube russo, o Rostov, teve outro incidente racista. Questionado sobre a contratação de um zagueiro de Camarões, Igor Gamula, técnico do time, negou o interesse. “Já temos muitos jogadores de pele escura. Temos seis desse tipo”, respondeu, gerando crise com os jogadores negros do elenco. Rostov é uma das cidades-sede da Copa do Mundo.

O dirigente da Fifa, porém, ainda não sabe que tipo de medidas a entidade tomaria caso situações similares acontecessem durante o Mundial. “É um problema que temos que lidar. Não é fácil decidir sobre isso, mas temos que ver qual é a responsabilidade da federação”, afirmou Sulser. “É um problema da sociedade, e é correto punir uma federação por essas atitudes”, acrescentou.

Jeffrey Webb, chefe da Comissão Antidiscriminação da Fifa, disse que faltou mobilização para enfrentar manifestações raciais durante a Copa do Mundo do Brasil. Não foram tomadas atitudes contra torcedores alemãs que insultaram os jogadores de Gana, nem contra croatas que exibiam símbolos neonazistas. Já os torcedores do México berravam “puto”, um termo homofóbico, toda vez que o goleiro adversário cobrava um tiro de meta. O Comitê Disciplinar da Fifa chegou a examinar o caso, mas decidiu não punir a seleção.

“A comissão analisou o caso e decidiu que não era discriminatório. Alguns dizem que é, outros que não. Esse é o problema, porque não é igual a matemática, quando a resposta é conhecida”, afirmou Sulser. 

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