Sob pressão dos patrocinadores e da opinião pública, o Comitê de Ética da Fifa decidiu suspender Joseph Blatter por 90 dias. A sentença transformou a sede da entidade, em Zurique, em “praça de guerra”. O parecer pode ser revogado até sexta-feira (9), quando a comissão encerra a reunião que pode punir ainda Michel Platini e Chung Mong-Joon, ambos candidatos à eleição marcada para o dia 26 de fevereiro.
Caso a decisão do comitê seja sancionada, Blatter voltaria ao cargo em janeiro, um mês antes do pleito. Há uma corrente na imprensa europeia defendendo que, com a suspensão, o suíço de 79 anos, enfim, renunciaria. No poder desde 1998, o dirigente disse que não foi notificado sobre o afastamento.
Com isso, a escolha do novo presidente da Fifa virou um enorme ponto de interrogação. A inscrição de candidaturas termina no dia 26 de outubro: além de Platini e Chung Mong-Joon, CEO da Kia/Hyundai, parceira comercial da Fifa, o príncipe jordano Ali Bin Al-Hussein e o ex-jogador Zico manifestaram interesse em concorrer ao cargo. Nenhum deles se pronunciou após a última turbulência na Fifa.
Não há informações sobre a possibilidade de mudanças na condução do processo até as eleições sem a presença de Blatter, tampouco se as datas serão mantidas.
O capítulo C do Estatuto da Fifa diz que, na ausência do presidente, o vice mais velho assume o posto. No caso, o camaronês Issa Hayatou, de 69 anos, comandaria a entidade nos próximos três meses.
Hayatou também é membro do Comitê Olímpico Internacional (COI) e foi derrotado por Blatter nas eleições de 2002. Seu currículo inclui a presidência da Confederação Africana de Futebol (CAF) e a seleção de basquete de Camarões como atleta. Seu nome apareceu em uma lista de subornos em negociações de direitos de TV da Copa do Mundo na década de 1990.
Até o fechamento desta matéria, a Fifa ainda não havia se pronunciado oficialmente sobre a suspensão de Joseph Blatter.