O Fluminense era exceção no que diz respeito a preços de ingressos no futebol brasileiro. Era o único além do São Paulo a contrariar uma tendência de encarecimento acentuada pela Copa do Mundo e a estabelecer uma tabela de preços de R$ 10 a R$ 30 conforme o rival. Era. A diretoria do clube carioca mudou de ideia e voltou atrás da decisão de baratear tíquetes.
A tática de baixar preços havia sido montada por Carlos Eduardo Moura, gerente de arenas que tratava da relação entre o time e o consórcio que administra o Maracanã. A lógica dele era que o estádio precisaria se tornar em um templo, atrair mais torcedores e ganhar com outras receitas, como venda de produtos dentro da arena. A política havia sido implementada entre a saída de Idel Halfen e a entrada de Rodrigo Terra na diretoria de marketing.
Agora, Moura foi colocado para escanteio pela nova diretoria de marketing, composta também pelo vice-presidente da pasta, Marcello Gonçalves, e a filosofia foi totalmente revista.
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Ao mudar publicamente de discurso, Flu aparenta amadorismo e incoerência
O principal argumento para encarecer tíquetes tem a ver com sócio-torcedor. O raciocínio é: se um torcedor comum paga R$ 10 para ir ao Maracanã, por que pagaria R$ 35 por mês para se tornar associado? A nova diretoria acredita haver prejuízo duplo: com bilheterias e sócios.
A Máquina do Esporte conversou com dirigentes do Fluminense, mas nenhum topou falar da mudança abertamente. O Maracanã respondeu que não tem ingerência na precificação dos ingressos que cabem ao clube. Cláusulas do contrato, porém, limitam o time a seguir preços “praticados pelo mercado”, e havia insatisfação entre as partes por isso.