Sem tanto alarde quanto causou o Palmeiras no início desta temporada, quando tentava angariar fundos para contratar o meia Wesley, o Fluminense apostou em crowdfunding para produzir um livro sobre os 110 anos de vida. E com outra grande diferença: com sucesso. Na noite da última terça-feira, o clube ultrapassou o objetivo proposto inicialmente, R$ 110 mil, e garantiu o financiamento da novidade.
A ideia é bastante similar ao que costuma funcionar na indústria da cultura, na qual fãs de determinado artista se juntam para garantir que ele faça um show na cidade deles ou que escreva uma nova obra, para citar alguns exemplos. A equipe carioca queria produzir um livro que fizesse parte do aniversário de 110 anos, a ser comemorado no dia 21 de julho deste ano, e buscou o público para executar a ideia.
Assim como o Palmeiras obteve o suporte da My Own Player (MOP) para usar a ferramenta, o Fluminense fez parceria com o ComeçAki, especializado em negócios dessa natureza. As doações começaram a ser recebidas no dia 30 de abril passado, e cerca de dez dias depois o valor já foi atingido, quando o objetivo traçado era que os R$ 110 mil necessários fossem arrecadados no máximo até a noite de 21 de julho.
“Isso reforça o posicionamento que queremos dar ao clube, de preservar a história, de que esse é um dos maiores ativos que nós podemos ter”, conta Idel Halfen, vice-presidente de marketing do clube tricolor, que coordena o departamento responsável pela ideia, a diretoria de memórias, composto pelos futuros autores da obra, Daniel Cohen, Heitor D”Alincourt, João Boltshauser e Carlos Santoro.
Internamente, agora, o maior desafio será conter a euforia e planejar calmamente quando o crowdfunding poderá voltar a ser usado. Para a contratação de jogadores, como tentou o Palmeiras no início do ano, há uma resistência maior. E também existe o receio de que a ferramenta seja explorada excessivamente e perca eficiência caso volte a financiar iniciativas como essa em um futuro próximo.
Dessa vez, 50% da quantia levantada será destinada à gráfica e à impressão, 30%, para compra de imagens, e 20% ficarão para a terceirização de algumas funções. Quanto aos torcedores que financiaram a ideia, quem pagou mais de R$ 11 terá o nome citado no site do projeto. Aqueles que pagaram mais de R$ 110 ganharão um exemplar, além de outros benefícios, que crescem conforme o valor.