Foco e sucesso afastam Itaipava da Brawn

Patrocinadora da Brawn no Grande Prêmio do Brasil, no último domingo, a cervejaria Petrópolis, dona das marcas Itaipava e TNT, já começou a conversar com a escuderia sobre uma renovação para toda a próxima temporada da Fórmula 1. No entanto, o foco da empresa e o sucesso da equipe são entraves a serem superados na negociação. A Itaipava responde atualmente por 6,4% do mercado de cervejas do Brasil ? o TNT, lançado há poucos meses, ainda não possui pesquisa de participação entre as bebidas energéticas. Nos dois casos, o interesse da cervejaria Petrópolis é consolidar as marcas no país. ?Nós estamos pensando seriamente [sobre a possibilidade de renovação]. Ainda estamos avaliando para termos uma noção exata dos resultados desse patrocínio na corrida do Brasil, que foram muito positivos, mas nunca se sabe. Nossos produtos são mais focados no mercado nacional, mas a oportunidade está aberta?, declarou Douglas Costa, gerente de marketing da cervejaria Petrópolis. Atualmente, o departamento de marketing da fabricante de bebidas trabalha em duas frentes: fechar a operação do GP do Brasil (ativação e medição de retorno) e definir o orçamento da companhia para o esporte no próximo ano, o que deve acontecer até o fim de novembro. Só depois disso é que haverá uma definição sobre a possibilidade de a marca continuar na Fórmula 1. ?Temos uma ideia de direcionamento para categorias nacionais do automobilismo, com um fortalecimento do Itaipava GT Brasil. Vamos investir em novos formatos, em categorias de base do automobilismo?, avisou Costa. A cervejaria Petrópolis investiu US$ 2 milhões (R$ 3,4 milhões) para ser a principal patrocinadora da Brawn no GP de Interlagos. Quando conversou com a reportagem, no sábado, Costa disse que a exposição que a marca havia conseguido já tinha sido suficiente para pagar esse aporte. No dia seguinte, Jenson Button, com o carro da equipe, conquistou no Brasil o título da atual temporada. O sucesso da Brawn, aliás, é um fator que complica ainda mais o cenário de uma renovação. A escuderia surgiu a partir do espólio da Honda, foi a última a iniciar sua preparação para esta temporada e iniciou o ano com uma situação financeira bem inferior da atual. Com os títulos entre pilotos e construtores, deve ter nova valorização para 2010. Ross Brawn, dono da equipe, disse que o orçamento para a próxima temporada está assegurado a despeito de negociações com patrocinadores. Essa afirmação dá uma noção do quanto a equipe cresceu graças ao desempenho de 2009. E como se o foco da Petrópolis no mercado brasileiro ou a valorização da Brawn não fossem motivos suficientes para atrapalhar uma extensão do patrocínio, há ainda o fator Rubinho. O piloto brasileiro atualmente está na equipe, mas não acertou contrato para a próxima temporada. Se confirmar os boatos e migrar para a Williams, acrescentaria um fator na lista de razões para dificultar a negociação. Ainda assim, a sequência das marcas da cervejaria Petrópolis na Brawn não está totalmente descartada. No sábado, quando Douglas Costa foi questionado em entrevista coletiva se manteria o patrocínio à equipe, Ross Brawn respondeu antes: ?Eu espero que sim?.

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