Francesa Netco tenta abrir espaço para mobile no esporte brasileiro

Imagine a situação. Você assiste ao primeiro jogo da Copa do Mundo, Brasil x Croácia, pela Globo. Neymar sofre um carrinho e rola para lá e para cá. Com um tablet em mãos, dois minutos depois, você acessa um aplicativo e vê o replay do lance em diferentes ângulos. Para variar, era só encenação do atacante. Prático, não é? É o que promete a francesa Netco Sports, empresa que lida com dispositivos móveis e que montou escritório no Brasil no fim do ano passado.

O aplicativo, inclusive, não é um mero exercício de imaginação. A empresa é parceira da Fifa e da Oi, patrocinadora da Copa do Mundo, e pretende lançá-lo no país para o Mundial. O conceito é o da “segunda tela”, já conhecido no meio da tecnologia. Enquanto passa um jogo de futebol na televisão, com delay de dois a três minutos, será possível rever jogadas e escolher câmeras no celular ou no tablet.

Jean Sebastien Cruz, CEO da Netco, esteve no Brasil no início deste ano e conversou com a Máquina do Esporte. Com um inglês bastante afrancesado, ele abriu os planos para o mercado brasileiro. Atualmente, a empresa fatura cerca de € 5 milhões anuais no mundo todo. Deste valor, 5% vêm do Brasil, um percentual que o executivo quer ampliar para 20% nos próximos anos. Como?

Além das soluções em mobile que oferece para federações e empresas como a Oi, patrocinadoras de eventos esportivos, os franceses creem no potencial dos times de futebol brasileiros. Na Europa, Manchester United, Paris Saint-Germain, Monaco e Borussia Dortmund são clientes. No Brasil, Cruzeiro, Grêmio, Internacional, Fluminense, Botafogo, Santos, Palmeiras e São Paulo já fecharam com a empresa, e há negociações com outros em andamento.

Usemos como exemplo o Fluminense, com quem anunciou um aplicativo oficial no início deste mês de maio. O torcedor carioca se cadastra gratuitamente e recebe notícias do site oficial, alertas de gols, calendários, vídeos, fotos, entre outros conteúdos, sempre integrados às redes sociais. Outro aplicativo disponível para clubes é o Fotofan, inicialmente desenvolvido para o PSG e que já foi replicado com o Cruzeiro, no qual o cruzeirense pode editar fotos com maior facilidade de dentro de um estádio e jogá-las em redes sociais.

Uma terceira área de atuação são estádios. Na França, o Stade de France é um cliente da Netco. Em resumo: o fã se conecta à rede wi-fi da arena e, por meio de um aplicativo feito pela empresa, recebe informações sobre o jogo, interage com outros torcedores e manda conteúdo para as redes sociais dele. No Brasil, como há uma dúzia de estádios reformados para a Copa do Mundo, pode haver tecnologia suficiente para que a Netco feche acordos similares ao que tem com o estádio francês. “Quando se quer algo no Brasil, quando se quer mesmo, acontece”, diz Bastien.

Sair da versão mobile