Futebol feminino tem US$ 1 bi de subvalorização

O futebol feminino tem, mundialmente, uma subvalorização de seus patrocínios avaliada em cerca de US$ 1,2 bilhão (R$ 4 bilhões), segundo estudo da consultoria Brand Finance. Esse é o valor que a empresa estima que o futebol feminino deixa de faturar atualmente por uma série de práticas comerciais enraizadas na cultura do futebol que impedem essa valorização.

No próximo mês de agosto, a Brand Finance lançará seu relatório anual sobre o valor dos patrocínios e das marcas do futebol no mundo. A análise prévia dos dados desse levantamento, porém, chamaram a atenção dos autores para a disparidade que ainda existe no dinheiro que circula no futebol masculino e no feminino.

A Brand Finance aponta que o caminho para as mulheres reduzirem essa defasagem está na busca de contratos de patrocínio independentes do futebol masculino. O sucesso de audiência da Copa do Mundo de 2019, encerrada no último domingo (7), é um fator que pode impulsionar essa valorização do futebol feminino.

“Está claro que existe uma lacuna monumental no mercado de patrocínio de futebol feminino. Acordos recentes, incluindo o contrato de sete anos da Visa com a UEFA e o apoio da Lucozade às Lionesses inglesas, são passos na direção certa para utilizar o aumento da popularidade do esporte. Como o futebol feminino ganha mais atenção globalmente, após o sucesso da Copa do Mundo, sem dúvida veremos uma mudança mais permanente na dinâmica dos negócios, bem como na dinâmica social do futebol”, acredita David Haigh, CEO da Brand Finance.

A Copa do Mundo pode ser um divisor de águas nesse sentido. O torneio teve recordes de audiência em vários países. A final entre EUA e Holanda, por exemplo, foi vista por mais pessoas no Brasil do que em qualquer outro lugar do mundo, segundo a Fifa.

Megan Rapinoe comemora o gol marcado sobre a Holanda na final da Copa – Foto: Divulgação

“Foi uma Copa do Mundo de muito sucesso, que quebrou vários recordes em termos de audiência de TV, seguidores on-line e cobertura geral. Como a audiência normalmente determina a magnitude dos acordos de patrocínio e prêmios, a Copa do Mundo deve ser um catalisador para uma revolução nos negócios das mulheres”, defende Bryn Anderson, diretor de avaliação esportiva da Brand Finance.

A consultoria ainda aponta duas atletas que devem se tornar os grandes astros publicitários nos próximos anos. As americanas Megan Rapinoe e Alex Morgan.

“O jogo precisa de grandes estrelas para ajudar a elevar o perfil de seguidores e realizar esse potencial de negócios da modalidade”, complementa Anderson.

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