Boca Juniors e River Plate era o duelo mais esperado da Copa Bridgestone Libertadores na fase de oitavas de final. Na noite de ontem, na volta dos times após o intervalo da partida, porém, o disparo de um gás de pimenta sobre atletas do River causou a suspensão da partida em mais um lamentável episódio de incapacidade para a gestão de eventos do futebol na América do Sul.
Durante pouco mais de uma hora, dirigentes da Conmebol, entidade que comanda o futebol no continente, os árbitros e até os presidentes dos dois clubes tentavam achar uma solução para definir se a partida continuaria ou seria suspensa temporariamente.
Enquanto isso, torcedores do Boca ameaçavam uma revolução no caso de o jogo ser suspenso, os atletas da equipe continuavam a se aquecer no gramado e, do outro lado, os jogadores do River atingidos pelo gás eram assistidos por médicos do clube e da entidade continental, que diziam não haver condições de jogo a eles.
“É lamentável tudo o que ocorreu, é um papelão mundial”, disse Daniel Angelici, presidente do Boca Juniors, ainda no gramado.
Marcelo Gallardo, técnico do River Plate, criticou a demora da Conmebol em tomar uma decisão: “Uma hora e pouco e nada é definido? É uma vergonha”, disse Gallardo, que saiu sob proteção de escudos policiais do gramado (foto abaixo).
O gás foi jogado por um torcedor para dentro do túnel de acesso ao gramado do time visitante, em imagem flagrada pela TV.
O episódio se soma a outros que envolvem a Conmebol, sendo o mais trágico deles há dois anos, quando um torcedor do San Jose, da Bolívia, morreu por um sinalizador disparado da torcida do Corinthians durante jogo da fase inicial da competição.