Gestão do Maracanã vira caso de Justiça hoje

Maracanã virou alvo de disputa judicial

A concessionária que gerencia o Maracanã oficializará hoje pedido de arbitragem para resolver os imbróglios que envolvem o rompimento de contrato com o Governo do Estado.

A medida é o passo mais duro tomado pela empresa, que tem Odebrecht e agência AEG como sócias, para deixar de gerenciar o estádio, desejo dela desde o início do ano, mas que não tem sido aceito pelo Governo do Rio.

O argumento defendido pela concessionária é o de que o projeto original de exploração do complexo do Maracanã foi alterado em 2013, quando o governador Sérgio Cabral deciciu que não permitira mais a demolição do parque aquático Júlio Delamare, da pista de Atletismo Célio de Barros e do Museu do Índio, que ficam próximos ao estádio e que seriam transformados num estacionamento e numa área para realização de eventos menores. O local era uma das apostas da empresa para geração de receitas no complexo.

Desde aquele instante, a Odebrecht alega que há uma mudança estrutural que afeta diretamente o plano de negócios do estádio. Em três anos sob a gestão do consórcio, o Maracanã acumula R$ 173 milhões de prejuízo em sua administração.

A questão da arbitragem se refere, sobretudo, à falta de fixação de uma data definida para o rompimento do contrato. O artifício está previsto no documento assinado na PPP entre Estado e concessionária. Até o momento, não foi obtida uma rescisão amigável entre as duas partes. O pagamento do prejuízo nos três anos de gestão é o maior entrave para que a rescisão ocorra.

Parque Aquático Júlio Delamare, no Complexo do Maracanã

Em 2015, a mesma FGV foi contratada pelo governo do Rio para estudar o modelo de negócios proposto pelo consórcio do Maracanã. O estudo, porém, nunca chegou a ser divulgado.

Em comunicado à imprensa, a gestão do Maracanã chegou a citar os exemplos de arenas que serviriam de modelo para o “complexo de entretenimento”: Staples Center, ginásio em Los Angeles, Estados Unidos, e Amsterdam Arena, na Holanda.

Apesar do processo, a concessionária do Maracanã reforçou que o estádio não será paralisado, o que impediria a realização de partidas no local. A arena voltará a ser utilizada pelo Flamengo, já neste final de semana, no jogo contra o Corinthians. E deverá receber também partidas do Fluminense até o fim do ano.

Os clubes, porém, estudam aditivos contratuais para poderem administrar a estrutura durante suas partidas. A concessionária demitiu, no início do ano, todos os funcionários do Maracanã.

Sair da versão mobile