O anúncio do Grêmio de que vendeu direitos de transmissão do Campeonato Brasileiro para a Rede Globo, último movimento do jogo que envolve Clube dos 13 e outras emissoras, bagunçou o tabuleiro do futebol nacional. Entre as equipes com menores cotas da última negociação, cada uma optou por uma postura distinta.
Pelo triênio entre 2009 e 2011, Atlético-PR, Sport, Guarani, Portuguesa, Coritiba, Vitória e Goiás receberam R$ 11 milhões anuais cada pelo campeonato nacional. Desde o racha no Clube dos 13, deflagrado pela decisão de Corinthians e cariocas de negociar separadamente, os três últimos se afastaram da entidade.
Após saber do acerto entre Grêmio e Globo, o Atlético-PR, de maneira enfática, afirmou que permanece ao lado do Clube dos 13. “Se há 11 clubes com a Globo, há outros nove que não estão, então iremos aguardar pela licitação de TV fechada e pay-per-view“, diz Marcos Malucelli, presidente do clube, à Máquina do Esporte.
O Sport, por sua vez, embora espere pelos resultados das licitações citadas pelo paranaense, está curioso para ver os valores a serem oferecidos pela emissora carioca. “É evidente que conversaremos com a Globo para conhecer o projeto”, conta Gustavo Dubeux, presidente do time. A negociação, porém, ainda não começou.
Ao Guarani, resta a esperança de que o Clube dos 13 consiga se recompor e unir dissidentes, ou, ao menos, conseguir bons negócios para os remanescentes. A desvalorização ou até a perda da venda dos direitos televisivos, para a equipe de Campinas, na Série B do torneio nacional, representaria duríssimo golpe financeiro.
A Portuguesa, por fim, agarra-se ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para argumentar que acordos diretos entre Globo e clubes não podem ser firmados. “O Cade disse que não pode fechar negócio sem licitação, então estamos em compasso de espera”, define Manuel da Lupa, presidente do clube.
O raciocínio do dirigente paulista, entretanto, causa divergência entre advogados especializados em direito desportivo. “O Cade sempre age para que haja livre concorrência, então se um dos clubes fizer algo que a prejudique, pode ser que interfira”, argumenta Luiz Roberto Martins Castro, sócio da Martins Castro Monteiro Advogados.
Para Felipe Legrazie Ezabella, entretanto, o órgão proibiu a cláusula de preferência que era mantida pela Globo no Clube dos 13, pois julgou ferir a concorrência, mas não está apto a vetar negociações diretas entre emissoras e clubes. “Se eles negociam individualmente, não faz sentido interferir”, avalia o advogado.