Tive o prazer de acompanhar ontem a palestra de Ulrich Voigt, diretor executivo da DFB, entidade que seria a equivalente à CBF alemã. Seria porque as semelhanças param só na função que ambas desempenham.
Voigt, falando sobre o projeto dos alemães para a disputa da Copa do Mundo no ano passado, mostrou que muito do que vimos da espontaneidade alemã era parte de um projeto maior, que fez dos jogadores “mais do que atletas, embaixadores da Alemanha no Brasil”, nas palavras do executivo germânico.
O vínculo que a Alemanha estabeleceu com a cidade de Santa Cruz Cabrália é perene. A DFB doa, anualmente, 100 mil euros para a cidade baiana investir em saúde e educação.
Os alemães perceberam, em 2006, o poder que o esporte pode ter para transformar a vida das pessoas. Os sisudos alemães, responsáveis diretos por duas das maiores guerras da humanidade no século passado, deram lugar a um povo mais hospitaleiro durante aquele verão de 2006.
No Brasil, o que a seleção alemã fez foi levar esse conceito para além. Ao se tornar o espelho da nação, a seleção alemã nos mostrou um país absolutamente sério para conduzir seus planos, mas sem precisar ser, para isso, um povo duro e distante.
Os 7 a 1 representam a mais sublime humilhação do futebol brasileiro. Dentro de campo. Fora dele, a goleada que sofremos é muito maior.
Temos de novo uma ótima chance de entender o peso que o esporte tem para a construção de marcas, entre elas a do próprio país. O Rio- 16 pode ser o início dessa tentativa de reduzirmos a diferença dos 7 a 1.