Governo chinês quer limitar gastança de clubes do país

Reforço do Shanghai SIPG, Oscar desembarca na China

A possível ida do atacante Marinho, destaque do Vitória no último Brasileirão é só a notícia mais recente do eldorado chinês que varreu o futebol brasileiro e, nos últimos tempos, mundial. Mas essa gastança pode estar com os dias contados.

As loucuras da atual janela de transferências, com a contratação de astros como o brasileiro Oscar e o argentino Tévez repercutiu mal entre as autoridades chinesas. Que já falam em criar um modelo mais sustentável e em estabelecer um teto salarial na Superliga da China.

“É necessário fixar um limite máximo para a contratação de jogadores e no pagamento de salários. Os gastos são irracionais”, afirmou um porta-voz da Administração Geral do Esporte, órgão do governo federal que regula as questões da área na China.

 

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Por trás da bronca pública está a contratação de Oscar, 25, ex-Chelsea, por € 60 milhões, pelo Shanghai SIPG. Já Carlitos Tévez, 32, ex-Boca Juniors, irá receber € 80 milhões por dois anos de contrato com o rival Shanghai Shenhua. Esse salário representa quase o dobro do que recebe Cristiano Ronaldo no Real Madrid e Lionel Messi no Barcelona.

“Não dão importância ao trabalho de base para se concentrar unicamente nos resultados a curto prazo. Ignoram o desenvolvimento a longo prazo”, reclama a autarquia federal.

Tévez, que será o jogador mais bem pago do mundo

No ano passado, o governo chinês lançou um ambicioso plano para tornar a China uma potência no mundo da bola até 2050. Pelo planejamento, até 2020, haverá a abertura de 20 mil escolinhas de futebol espalhadas pelo país. Dez anos depois, a ideia é ter 135.700 campos na China ou um para cada 10 mil habitantes.

Para propagar os ensinamentos, o futebol já foi encaixado na grade escolar, com a especialização de 50 mil professores. A ideia é seduzir até 30 milhões de jovens a praticarem o esporte, criando ligas de categorias menores até a universitária.

Por ora, a China não tem muito a mostrar ao mundo. A seleção nacional ocupa a 82ª posição do ranking da Fifa. O país está uma colocação abaixo da frágil equipe de São Cristóvão e Névis, arquipélago do Caribe. O país também tem chances remotas de classificação nas eliminatórias asiáticas para a Copa do Mundo da Rússia, em 2018.

Para que esse plano possa dar certo, o governo também percebeu a necessidade de regular a Superliga Chinesa, principal campeonato do país. A fim de aumentar o número de vagas para os nativos, já houve a limitação de três estrangeiros por clube. Agora, a ideia é estabelecer um fair play financeiro. Ou seja, fazer com que as equipes sejam capazes de gerar renda suficiente para os investimentos em contratação e salários.

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