Em 18 de janeiro de 2014, a Agência Brasil, agência oficial de notícias do governo brasileiro, publicou reportagem sobre os ganhos gerados pelos seis estádios da Copa do Mundo que já estão prontos durante o Campeonato Brasileiro de 2013. Nas contas do governo, “neles, foram arrecadados R$ 176,5 milhões apenas com a venda de ingressos” para a competição. A informação foi replicada por Ronaldo Nazário. Dias depois, o membro do conselho do comitê organizador local (COL) da Copa de 2014 trocou tuítes com a presidente, Dilma Rousseff, e em um deles citou o dado. Mas há um problema: a informação está incorreta.
O valor citado pelo governo e por Ronaldo, R$ 176,5 milhões, é a renda de todas as 380 partidas disputadas no torneio nacional, em todos os estádios. Quando consideradas apenas as seis arenas prontas, usadas na Copa das Confederações e citadas pelo governo brasileiro, a renda durante o Brasileiro foi de R$ 99 milhões em 108 jogos. São elas Arena Castelão, Itaipava Arena Fonte Nova, Itaipava Arena Pernambuco, Mané Garrincha, Maracanã e Mineirão.
É bom lembrar que a maior parte desses R$ 99 milhões foi gasta com as despesas das próprias partidas. A receita líquida, descontados gastos, impostos e taxas pagas para federações, foi de R$ 34,7 milhões. Desta cifra, os clubes brasileiros ficaram com uma parte, pois da receita líquida ainda saem os lucros das operadoras das arenas.
Esses e todos os outros dados relativos a público e bilheterias estão no dossiê produzido pela Máquina do Esporte, à venda para clubes, construtoras, operadoras de estádios, entre outras empresas que precisam dessas informações para tomar decisões estratégicas e maximizar as receitas ligadas a estádios. Receita bruta, despesa, receita líquida, divisões de lucros entre clubes e operadoras, tíquete médio, ocupação das arenas e impacto de fatores meteorológicos, como calor, frio e chuva, são alguns dos itens analisados no estudo.