Grupo Wanda considera Copa 2018 “divisora de águas” para China

A Copa da China 2018 chegou ao final.

Se você acha que leu alguma coisa errada na frase acima, pode ter certeza de que não leu, não. Aliás, a Máquina do Esporte  alertou sobre isso logo no início da competição. Claro que todos sabem que o Mundial que acaba de terminar foi realizado na Rússia e que o país ganhou e muito com o torneio. Mas, olhando pelo lado comercial e para o futuro, dá para dizer que quem ganhou ainda mais foi a China.

Com patrocínio do grupo Wanda nas placas de publicidade, jogadores franceses comemoram o primeiro gol na final contra a Croácia. Foto: Reprodução / Twitter (@DalianWanda)

Em 2018, o país asiático teve nada menos do que sete empresas envolvidas com a Copa. O grupo Wanda tornou-se parceiro da Fifa, e mais três empresas (Hisense, Mengniu e Vivo) acertaram como patrocinadoras do Mundial.

Além das quatro, a Yadea ainda fechou um acordo regional para o mercado asiático, e foi seguida, já praticamente às vésperas do Mundial, pela Luci e pela Diking. Com as sete apoiadoras, a China superou a própria anfitriã Rússia, que teve “apenas” cinco empresas. Para se ter uma ideia, o investimento das empresas chinesas no patrocínio à Fifa e à Copa do Mundo somou US$ 835 milhões, cerca de 35% de toda a receita de patrocínio do torneio.

A entrada da China foi tão intensa que a própria Fifa se viu obrigada a negar, na semana passada, que os chineses entraram apenas para suprir a debandada de marcas ocidentais por conta do escândalo de corrupção que veio à tona em 2015.

A verdade é que, se serviram apenas para isso ou não, as empresas chinesas não dão importância. E isso fica claro nas declarações de Hengming Yang, CEO do grupo Wanda Sports, dadas nesta segunda-feira (16), um dia após o término do Mundial, ao site britânico The Drum.

“Esta Copa do Mundo fez com que a China e os torcedores chineses abraçassem o torneio como nunca antes. Acho que este será um momento ‘divisor de águas’ para o esporte na China e começará a inserir uma cultura de futebol mais ativa no país, que ajudará o futebol a se desenvolver a partir de dentro, tanto em nível de elite quanto na base”, afirmou Yang.

Os números sustentam a opinião do executivo. Cerca de 100 mil turistas chineses estiveram na Rússia para acompanhar a Copa de perto, mesmo sem a seleção chinesa na disputa. Além disso, em território chinês, foram registradas 14 das 20 maiores audiências de televisão do Mundial ao redor do planeta.

“Uma das principais razões para assinarmos a parceria com a Fifa foi inspirar a próxima geração de futebolistas chineses. Na Copa do Mundo de 2018, entregamos exatamente isso: demos a 384 crianças entre 12 e 17 anos a oportunidade de entrar em campo na Copa do Mundo como portadores de bandeiras nos jogos”, acrescentou o CEO do grupo Wanda Sports.

O compromisso das marcas chinesas com a Copa do Mundo é visto como uma forma de impulsionar o interesse pelo futebol no país. O objetivo maior, já revelado pelo governo, é garantir que a China se torne uma superpotência do esporte mais praticado no mundo até 2050.

Com tudo que vem sendo feito e diante da força mostrada pelas empresas chinesas durante a Copa da Rússia, fica realmente difícil duvidar.

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