Havelange silencia, mas Blatter promete divulgar relatório sobre ISL

A renúncia do brasileiro João Havelange a uma cadeira no Comitê Olímpico Internacional (COI), oficializada na última segunda-feira, pode ter interrompido a investigação que a entidade fazia sobre o nome do dirigente. Mas nem de longe encerrou as ameaças a ele e seus aliados. Nesta terça-feira, o suíço Joseph Blatter, presidente da Fifa, prometeu divulgar detalhes de um relatório sobre a falida empresa ISL.

A ISL foi parceira de marketing da Fifa na época em que Havelange comandava a entidade, e a relação entre a entidade e a empresa está no cerne da investigação que o COI vinha conduzindo. O processo também inclui Ricardo Teixeira, presidente da Confederação Brasileira de Futebol, ex-genro de Havelange e inimigo político de Blatter.

Blatter já havia prometido, no dia 21 de outubro, que divulgaria o relatório sobre a ISL assim que tivesse em mãos uma avaliação do comitê-executivo da Fifa. “Temos trabalhado intensamente nas últimas semanas, em parceria com os advogados, para que possamos publicar os arquivos”, resumiu o suíço em nota oficial.

Havia uma expectativa de que a abertura dos documentos acontecesse em reunião do comitê-executivo da Fifa, em Tóquio, nos dias 16 e 17 de dezembro deste ano. Contudo, a revelação do conteúdo ainda não tem data para acontecer.

Na última segunda-feira, Havelange esteve na abertura do fórum Footecon, no Rio de Janeiro. Interpelado por jornalistas na saída da cerimônia, pediu que o deixassem em paz e evitou declarações.

Horas antes, Havelange havia oficializado um pedido de renúncia ao cargo no COI. A solicitação foi aceita pela entidade, e isso interrompeu uma investigação sobre o vínculo do brasileiro com a ISL.

Entretanto, o presidente do COI, Jacques Rogge, evitou fazer uma conexão entre os dois assuntos. Segundo ele, a renúncia de Havelange foi motivada por problemas de saúde.

“Havelange enviou uma carta dizendo que tem alguns problemas de saúde e que não pode mais viajar regularmente”, disse Rogge à agência “Reuters”.

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