Quando a Confederação Brasileira de Vôlei anunciou os clubes que participarão da Superliga masculina 2011/2012, ela uniu uma necessidade de momento com a conjuntura financeira do torneio atual. Segundo a entidade, a redução de 15 para 12 equipes era algo planejado, que se encaixa com a criação de uma Série B e com o calendário dos Jogos Olímpicos de Londres.
Segundo o superintendente da CBV, Renato D’Avila, a queda de número de equipes para a próxima temporada alivia a situação da seleção brasileira. “Como nós teremos os Jogos Olímpicos de Londres, no meio do ano, a equipe brasileira precisará de um maior tempo de treino, e a Superliga reduzida ajudou no calendário”, afirmou.
Com a diminuição de times, a Superliga masculina poderá executar algo que, segundo a CBV, era um plano antigo: uma Série B, uma segunda divisão para o acesso à competição principal. A estreia da disputa na próxima temporada deverá ter a participação de oito equipes.
Mesmo com o plano em execução, dificilmente a Superliga teria o mesmo número de equipes da última temporada, já que a competição tem se tornado cada vez mais cara. Entre as equipes, há um número quase consensual: com menos de R$ 1,5 milhão no orçamento é impossível montar um elenco competitivo.
Entre os clubes que saíram da competição, o Sogipa é exemplo dessa dificuldade. A equipe de Porto Alegre não conseguiu o patrocínio almejado e não foi convidada pela CBV para participar do torneio. Os dirigentes do clube acreditam que, caso consigam verba, a entrada ainda é negociável, o que a confederação nega.
A alegação dos gaúchos tem um argumento fixado na inclusão de uma nova equipe na Superliga masculina. Com os incentivos de Eike Batista, o Rio de Janeiro ganhará mais um time no torneio, o RJX, que se junta ao Volta Redonda no Estado. O investimento no elenco foi de R$ 13 milhões, e o estreante clube foi convidado a participar da próxima temporada.
Nem todos, no entanto, almejam participar de um torneio tão valorizado. Duas das equipes que saíram da próxima Superliga, o Santo André e o São Caetano, preferiram a disputa pela Série B. A nova divisão também foi bem vista por equipes que querem entrar no vôlei, mas não tem verbas elevadas a princípio. É o caso do Sport, que tem investido na modalidade.
Com essa valorização, algumas equipes se uniram para se fortalecer, o que também contribuiu para a redução de clubes na Superliga. Esse foi o caso da Sky, que saiu do Pinheiros e levou seus jogadores ao Cimed. Com orçamento divido, o investimento na nova equipe se aproximou do realizado pelo RJX. Caso semelhante ocorreu com o Blumenau, que seu uniu ao Londrina e somou seus patrocinadores.
Como produto, a Superliga não perdeu o seu valor com a redução de equipes. Quem garante é a Rede Globo, que faz a transmissão do torneio e atua como parceira da CBV. “Eu não encaro como um problema porque a valorização faz com que todos os grandes jogadores atuem no Brasil, e é a presença deles a maior atração do torneio”, afirmou o gerente de produtos da emissora, Thiago Meirelles.