No último domingo, o jamaicano Yohan Blake tornou-se o segundo homem mais rápido do mundo após assegurar a medalha de prata na disputa dos 100m, onde seu compatriota Usain Bolt superou o recorde olímpico e tornou-se bicampeão da modalidade nos Jogos.
Mas a performance de Blake tem sido deixada de lado após outra questão ser levantada pelos organizadores da Olimpíada. Durante a prova, o jamaicano foi visto usando um relógio, algo fora do comum entre os corredores que disputam provas de curta duração, como é o caso dos 100m. Blake usava no pulso direito um modelo exclusivo do designer Richard Mille, chamado “Tourbillion watch”, com valor estipulado em US$500 mil.
O velocista usou a joia personalizada nas semifinais e na final da prova em que foi medalha de prata, causando o descontentamento do Comitê Olímpico Internacional (COI), que estipula regras para os atletas em relação à exposição de seus patrocinadores particulares nos Jogos.
De acordo com o regulamento, os competidores somente podem usar aquilo que faz parte do equipamento de suas respectivas delegações nacionais. Se decidirem usar algo que não faz parte do uniforme da delegação, os atletas são obrigados a usar produtos das marcas patrocinadoras dos Jogos. O problema é que Richard Mille não é o fabricante de relógios oficial do evento, e sim a Omega. O fato pode causar problemas a Blake, que está sujeito a receber uma multa por parte do COI.
Esta não é a primeira vez que a grife de Richard Blake patrocina um atleta numa grande competição. Em junho, o tenista espanhol Rafael Nadal usou um relógio do designer, estipulado em US$525 mil, durante uma partida do torneio de Roland Garros. Já o golfista americano Bubba Watson usou um modelo semelhante durante um dos eventos do calendário US PGA.
Em relação a Blake, caso o jamaicano não seja advertido até a tarde de hoje, o COI está sujeito a vê-lo competindo novamente com o relógio na decisão dos 200m, esta noite, no Estádio Olímpico de Londres.