Jamaicano é pego no doping, Bolt perde ouro, mas Brasil ainda não herda bronze

Quarteto da Jamaica festeja o ouro em Pequim

Usain Bolt perdeu o ouro obtido no revezamento 4 x 100 m na Olimpíada de Pequim 2008. De quebra, o Brasil pode herdar o bronze da prova nove anos depois.

O COI (Comitê Olímpico Internacional) divulgou nesta quarta-feira (dia 25) que um novo teste feito no exame antidoping do velocista Nesta Carter, que correu a final do revezamento, revelou a presença da droga proibida metilhexanamina. Com isso, a Jamaica foi desclassificada e teve ainda cassado o recorde mundial que havia batido na prova (37s10).

As medalhas e os diplomas terão que ser recolhidos pela Associação Olímpica da Jamaica, que será responsável por enviá-los ao COI. O comitê é quem decide se haverá a redistribuição.

“Essa redistribuição não é automática. O COI é quem vai decidir o destino das medalhas. Essa decisão pode ser rápida ou demorar”, afirmou à Máquina do Esporte Luciano Hostins, presidente do TJDA (Tribunal de Justiça Desportiva Antidopagem).

O relatório da Comissão Disciplinar do COI,  um documento de 21 páginas que descreve todo o processo, em nenhum momento cita qual será o destino de ouro, prata e bronze. Provavelmente, o comitê fará novo teste nas equipes candidatas a subir degraus do pódio. Só depois disso é que vai confirmar o resultado oficial. Por ora, essas posições ficam vagas. 

Caso promova as equipes que vieram logo atrás, Trinidad Tobago herdaria o ouro, o Japão levaria a prata e o Brasil receberia o bronze. A equipe nacional foi formada por Vicente Lenilson, Sandro Viana, Bruno Lins de Barros e Jose Carlos Moreira e cravou o tempo de 38s24.

O doping de Nesta Carter mancha a carreira de Bolt, que era o detentor até então de nove medalhas de ouro olímpicas, com o tricampeonato dos 100 m, 200 m e 4 x 100 m em Pequim 2008, Londres 2012 e Rio de Janeiro 2016. Na China, o velocista havia obtido seu desempenho mais espetacular após bater o recorde mundial das três disputas.

Tatyana Lebedeva, que perdeu duas pratas olímpicas

O estimulante metilhexanamina, encontrado no exame de Nesta Carter, está na lista de substâncias proibidas pelo Código Mundial Antidoping por ser capaz de retardar a sensação de fadiga do sistema nervoso central.

Conhecido também como dimetilamilamina, está presente em alguns suplementos e é muito utilizado por praticantes de musculação. Tem efeito termogênico e auxilia na queima de calorias. É extraído das flores de gerânio.

No mesmo comunicado, o COI também desclassificou a russa Tatyana Lebedeva, prata no salto em distância (prova em que a brasileira Maurren Maggi ficou com o ouro) e no salto triplo. As duas competições ficaram com a segunda posição vaga. O salto triplo também está sem a medalhista de bronze, já que a grega Hrysopiyí Devetzí teve anunciado há dois meses o doping para estanozolol. O COI ainda não confirmou se a cazaque Olga Rypakova e a cubana Yargelis Savigne herdarão, respectivamente a prata e o bronze. 

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