Uma partida amistosa de futebol de areia entre brasileiros e japoneses, com renda revertida para auxiliar as vítimas da tragédia no Japão, marcou o início das atividades da multinacional japonesa Sony com relação à Copa do Mundo de 2014. Mas, mais do que isso, fez com que a empresa se sobressaísse em relação a todos os demais patrocinadores do Mundial.
Utilizando-se da arena montada na praia de Copacabana, a Sony acabou sendo a única empresa das patrocinadoras a extrapolar os limites da Marina da Glória, local onde foi realizado o sorteio das Eliminatórias do Mundial.
“Queremos criar uma conexão com as pessoas. Não é só patrocinar e pronto. É preciso envolver. Foi assim também na África do Sul, quando fizemos a “Waka, Waka” (música tema do Mundial, desenvolvida pela cantora Shakira, que tem contrato com a gravadora)”, afirmou à Máquina do Esporte Hideyuki Hata, gerente geral de patrocínios da multinacional.
O jogo, que contou com uma preliminar envolvendo jogadores de renome, como Zico, Sorín e Cafu, serviu para que a empresa estreitasse o relacionamento com os torcedores. Enquanto isso, as demais patrocinadoras da Fifa resumiram-se a fazer ações na Marina da Glória, mostrando produtos e serviços para os jornalistas de todo o mundo que estiveram presentes ao evento. A Sony, por sua vez, pouco fez no local onde ocorreu o sorteio, preferindo focar a atuação no evento que era de sua propriedade.
“Uma Copa do Mundo não é acessível para toda a população, queremos então deixá-la o mais próximo possível das pessoas aqui no Brasil. As coisas só acontecem uma vez. Terminado o sorteio do sábado, ele não voltará a acontecer. Então temos de aproveitar a oportunidade”, completou Hata.
Para a montagem do Jogo Solidário, como foi batizado o evento, o executivo da Sony passou dois meses morando no Rio de Janeiro, com o objetivo de estudar melhor as oportunidades que a empresa poderia aproveitar no país. Além de oferecer entrada para 150 crianças carentes, a multinacional bancou a viagem de cinco jovens de Fukushima, cidade japonesa mais atingida pelo Tsunami que devastou o país em março passado.
“A vida continua. Queríamos mostrar isso para essas crianças e para o mundo. Temos de seguir em frente. Isso é poder aproveitar ao máximo a oportunidade que a Copa do Mundo nos dá para mostrar isso às pessoas”, disse Hata.
A empresa ainda não montou o planejamento para os próximos anos no país, mas a tendência, segundo o executivo, é continuar a aproveitar a conexão emocional que o futebol permite para engajar os torcedores.