Jornal denuncia Teixeira e dois dirigentes da Fifa

Na semana em que a Fifa vai anunciar os países que receberão a Copa do Mundo de futebol em 2018 e 2022, uma reportagem do jornal “Tages-Anzeiger” denunciou nova irregularidade envolvendo dirigentes que trabalham no comitê executivo da entidade. A publicação apontou que brasileiro Ricardo Teixeira, presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), o paraguaio Nicolás Leoz, presidente da Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol), e o camaronês Issa Hayatou, presidente da Confederação Africana de Futebol (CAF) estiveram em uma lista secreta de pagamentos da agência ISL/ISMM.

A grande novidade da lista é a presença de Hayatou. Teixeira e Leoz já haviam sido citados anteriormente como integrantes de um grupo que recebia pagamentos regulares da agência de marketing esportivo. João Havelange, ex-presidente da Fifa e ex-sogro do dirigente brasileiro, também já foi denunciado pelo mesmo motivo.

A ISL/ISMM foi parceira da Fifa em uma série de contratos, com foco em negociações de direitos de TV. A agência faliu em 2008, e em 2008 teve três executivos condenados por fraudes e crimes contábeis.

No caso dos pagamentos a dirigentes, a denúncia é que esse dinheiro teria sido determinante para a agência vencer concorrências por contratos com a Fifa. “Todos esses pagamentos foram necessários para conseguir aqueles acordos”, disse um representante da ISL/ISMM em depoimento.

Depois da investigação e da condenação de 2008, a Fifa conseguiu um acordo com a promotoria do tribunal de Zug em junho deste ano. A entidade pagou 5,5 milhões de francos (R$ 9,46 milhões) suíços ao Tesouro da Suíça e interrompeu a investigação.

A partir disso, a Fifa acreditava que os nomes dos corruptos seriam mantidos em sigilo. Entretanto, a lista veio a público com a reportagem publicada nesta segunda-feira.

Segundo a rede “BBC”, Teixeira embolsou US$ 9,5 milhões (R$ 16,37 milhões) da ISL. Além disso, ele ganhou outros US$ 2,5 milhões (R$ 4,31 milhões) entre 1999 e 2001. Leoz lucrou algo em torno de 864 mil francos suíços (R$ 1,5 milhão), e Hayatou recebeu 24,7 mil francos suíços (R$ 42,5 mil).

Na próxima quinta-feira, os três dirigentes denunciados estarão entre os que escolherão as sedes das Copas do Mundo de 2018 e 2022. A Fifa já alijou dois votantes do processo por conta de denúncias de irregularidades.

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