Jornal revela pagamento suspeito em candidatura de Tóquio aos Jogos de 2020

Painel exaltando os Jogos Olímpicos de Tóquio-2020

A candidatura olímpica de Tóquio-2020 depositou € 1,3 milhão em uma conta corrente relacionada ao COI (Comitê Olímpico Internacional) segundo revelou o diário “The Guardian”, levantando dúvidas sobre o processo de eleição a sede dos Jogos.

Durante a campanha para abrigar a Olimpíada de 2020, o Japão liberou essa verga para  Papa Massata Diack, filho de Lamine Diack, ex-presidente da Iaaf (Associação Internacional das Federações de Atletismo) e membro do COI entre 1999 e 2013. De acordo com o diário inglês, as transações, que estão sendo investigadas pela política francesa, foram efetuadas pela candidatura de Tóquio ou por entidades que atuavam em seu nome para a Black Tidings, empresa de Papa Massata.

Um relatório da Wada (Agência Mundial Antidoping) em janeiro mostrou que Diack e seus filhos, Papa Massata e Khalil, trabalharam com o advogado Habib Cissé como consultores de mercado para a Iaaf. Questionado pelo pagamento, cuja última parcela foi feita por Tóquio após a vitória na eleição do COI, o Comitê Olímpico Japonês afirmou que sua equipe de imprensa estava “de férias e não poderia responder”.

O The Guardian revelou, em 2014, que Papa Massata pediu o pagamento de US$ 5 milhões durante a tentativa de Doha para organizar o Campeonato Mundial de atletismo de 2017 e os Jogos Olímpicos de 2020. Procurado para comentar o assunto, Hikakiro Ono, porta-voz do Comitê de Tóquio foi incisivo.

“O Comitê Organizador de Tóquio 2020 não tem como saber se essas acusações são verdadeiras. Acreditamos que Tóquio levou os Jogos porque apresentou a melhor candidatura”, comentou Ono.

O COI elegeu Tóquio em 7 de setembro de 2013, em assembleia realizada em Buenos Aires, na Argentina. A capital japonesa derrotou Madri e Istambul para abrigar os Jogos de 2020. Se os pagamentos forem confirmados, seria um novo escândalo na história das eleições do COI, que já passou por turbulência com a vitória de Salt Lake City (Estados Unidos) para organizar os Jogos de Inverno de 2002. Na ocasião, 13 membros do COI foram expulsos da entidade por terem aceitado pagamento de propina.

Esse caso de corrupção obrigou o COI a tomar medidas nos anos seguintes que não impediram que novos casos acontecessem. Em 2004, foi comprovado que o búlgaro Ivan Slavlok vendeu seu voto na eleição que determinou Londres como sede dos Jogos de Londres-2012. O dirigente acabou suspenso.

 

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