Lava Jato relaciona construção da Arena Corinthians a propinas

Arena Corinthians em dia de jogo da equipe

As investigações da Polícia Federal sobre a corrupção envolvendo empreiteiras no Brasil chegou até a Arena Corinthians. Na manhã desta terça-feira, a PF deflagrou a 26ª fase da Operação Lava Jato, com a descoberta de planilhas de controle de pagamentos de propinas pela construtora Odebrecht.

Em meio às apurações, a PF levou para depor o vice-presidente do Corinthians André Luiz de Oliveira, conhecido como André Negão. Ele é apontado pela polícia como receptor de R$ 500 mil que seriam propinas referentes à construção da Arena Corinthians. Uma das planilhas identificadas pela PF continha o nome “Timão”, para quem foi repassado esse montante.

“Existe um sistema inclusive automático de controle desses pagamentos com distribuição de alçadas com pagamentos em setores de óleo e gás, infraestrutura, estádios de futebol, canal do sertão”, disse o procurador da República Carlos Fernando Santos de Lima em entrevista coletiva após a deflagração da Operação Xepa, como foi batizada a ação.

De acordo com o procurador, o estádio corintiano teria sido erguido por meio do pagamento de propinas. As investigações sobre os receptores do dinheiro ainda estão em curso. Oliveira já prestou depoimento à PF e foi liberado. Em entrevista ao site “Globoesporte.com”, o ex-presidente do Corinthians Andrés Sanchez, aliado político de André Negão e principal articulador da construção do estádio, minimizou os efeitos da investigação sobre o clube.

“Eu não tenho preocupação nenhuma, o clube também não tem. Se é verdade que teve pagamento de propina, o Corinthians é vítima. Cada um é maior de idade e sabe o que faz”, afirmou o ex-presidente corintiano.

As investigações da PF, agora, saíram da alçada apenas da Petrobras. Conforme for o andamento dessa apuração deflagrada nesta terça-feira, outros estádios construídos recentemente para a Copa do Mundo podem entrar na investigação. Para 2014, foram construídas pela Odebrecht, além da Arena Corinthians, a Itaipava Arena Pernambuco, a Itaipava Arena Fonte Nova e o Maracanã.

A Odebrecht também era, até o início deste ano, a gestora desses estádios. O Maracanã deverá ser devolvido ao governo do Rio de Janeiro após os Jogos Olímpicos. O futuro das arenas no Nordeste ainda é incerto.

Sair da versão mobile