Liga faz sacrifício, e basquete volta à TV aberta

Brasília, finalista, foi procurado por cinco empresas para pontuais

Brasília, finalista, foi procurado por cinco empresas para pontuais

Na manhã do próximo sábado, São José/Vinac/Unimed e Uniceub/BRB/Brasília se enfrentam a partir das 10h em Mogi das Cruzes para definir o campeão do Novo Basquete Brasil (NBB). Independentemente do placar, há razões para torcedores e, principalmente, dirigentes comemorarem. Após hiato de 15 anos, o principal torneio de basquete volta à televisão em rede aberta, na Globo.

Para que a decisão do campeonato fosse para a televisão, a Liga Nacional de Basquete (LNB) sofreu críticas por sacrificar a parte técnica. A fórmula, antes com a final decidida em série de cinco partidas, foi alterada para jogo único no desfecho. A mudança causou estranheza no público e na crítica, sobretudo depois que as semifinais da edição de 2011/2012 perduraram até o quinto confronto em ambos os duelos.

“Nós estamos mudando conceitos tradicionais do basquete para poder buscar o público brasileiro. Esse sacrifício que a liga faz para mostrar o basquete no sábado para todo o Brasil foi feito para que o esporte possa evoluir. Depois vamos avaliar para ver se a atitude foi correta, se vamos continuar ou não, do ponto de vista de audiência e marketing”, analisa Kouros Monadjemi, presidente da LNB, à Máquina do Esporte.

A alteração na fórmula favorece os clubes na área comercial. Atualmente, no mercado brasileiro, a maioria das empresas faz patrocínios a equipes em busca de visibilidade, e portanto a aparição na televisão aberta é crucial para valorizar contratos. Não à toa, o futebol, cujas audiências são superiores a qualquer outro esporte no Brasil, é a modalidade que mais consegue suporte financeiro da iniciativa privada.

Um exemplo dessa valorização está na decisão do próximo sábado. O Brasília, em função da transmissão em TV aberta, foi procurado por cinco empresas diferentes com propostas de patrocínios pontuais. As ofertas foram rejeitadas, para que Uniceub, BRB e Bancorbrás, parceiros desde o início da temporada, fossem prestigiados. Mas a história poderia ter sido diferente caso os valores fossem maiores.

“A televisão aberta tem muita força, pesa muito”, admite Rodrigo Costa, diretor de marketing do centro universitário que administra a equipe do Brasília. Assim como Monadjemi citou que o basquete busca um público que hoje não é fã de basquete, curiosamente, nenhuma das cinco companhias que procurou o Brasília têm algum investimento na modalidade. A final na TV, em jogo único, já começa a dar resultados.

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