A Copa Davis tem enfrentado resistência por parte de atletas e pode sofrer alterações. Entre tenistas de primeira classe, a competição deixou de ser prioritária, fator que prejudica a credibilidade do torneio. O projeto que tem ganhado força nos bastidores é realizar o evento a cada dois anos, com 32 seleções, formato din”mico, em uma única sede.
Contudo, a lucratividade do campeonato deve ser levada em consideração. Desde 1900, quando criado, o torneio tem acumulado patrocinadores e possui atualmente impacto econômico de aproximadamente US$ 184 milhões.
Segundo a Federação Internacional de Tênis (FIT), apenas o US Open, realizado nos Estados Unidos, possui maior impacto – US$ 419. Em outros esportes, a título de comparação, a final da Liga dos Campeões da Uefa registra US$ 63 milhões, a Ryder Cup, de golfe, US$ 51,5 milhões, e a Maratona de Londres, US$ 43,25 milhões.
A explicação para o movimento milionário pode estar nas redes de hotel, com total de US$ 61 milhões desse montante. Outros US$ 49 milhões são oriundos da demanda por alimentação gerada nos países anfitriões de cada edição. Os salários pagos a funcionários da área de turismo ainda é responsável por US$ 44 milhões e, no setor de construções de instalações desportivas, mais US$ 30 milhões.
A FIT, em patrocínios, arrecadou US$ 22 milhões em 2009 e faz projeções na casa dos US$ 23,5 milhões para 2010, além de outra parcela nos mesmos valores paga por direitos televisivos e ingressos. A política da entidade é assinar parcerias exclusivas.
Atualmente, possui acordos com BNP Paribas (banco), com a Hewlett Packard (telecomunicações), Turismo Madrid (companhia de viagens), Rolex (relógios), Hugo Boss (vestimentas), NH (hotéis) e Wilson (materiais esportivos).
Com ações de marketing, esses patrocinadores recebem retorno de aproximadamente US$ 690 milhões por ano, segundo estudo realizado pela própria FIT. Por todos esses motivos, é difícil crer que a Copa Davis possa sofrer alterações em futuro próximo.
Historicamente, a convivência entre FIT e a Associação de Tenistas Profissionais (ATP) não é harmoniosa. Essa relação é a principal responsável pelos rumores de mudanças na fórmula de disputa do torneio, uma vez que a ATP defende interesses distintos, como ajustes no calendário de competições.