Parceira da Copa, fornecedora da campeã Alemanha e da vice-campeã Argentina, a Adidas festejou antes e depois do evento recordes de vendas. Talvez seja assim no futebol, mas resultados financeiros do primeiro semestre, a serem divulgados detalhadamente em 7 de agosto, indicam que a indústria de materiais esportivos cambaleia.
A Adidas anunciou que o lucro dela no segundo trimestre, que compreende a Copa, caiu 16%, enquanto as receitas cresceram somente 2% e chegaram a € 3,47 bilhões. A frustração é óbvia e pôde ser sentida na bolsa. As ações da empresa desvalorizaram 16% na última quinta-feira.
Há três razões ditas pela fornecedora para justificar a decepção. Primeiro, os gastos com marketing foram muito altos por causa da Mundial. Segundo, o mercado russo entrou em crise, com o país sob ameaças de sanções dos Estados Unidos, a ponto de a Adidas repensar a estratégia dela na região. Terceiro, o golfe, sobretudo na América do Norte, despencou.
A derrapada da Adidas acende o sinal de “atenção”. Durante a Copa, o “oba-oba” permeou o noticiário sobre fabricantes de materiais esportivos, especialmente em relação à marca alemã, que divulgou recordes de vendas de bolas e camisas e prometeu faturar € 2 bilhões só com futebol.
O que se vê no pós-Copa é que o futebol gerou mais barulho do que dinheiro.