Um dia após a escolha do Rio de Janeiro para sediar os Jogos Olímpicos de 2016, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva usou a entrevista coletiva concedida na manhã de sábado, ainda em Copenhague, na Dinamarca, para capitalizar politicamente a decisão do Comitê Olímpico Internacional (COI). Na conversa com os jornalistas, o chefe de Estado brasileiro citou a estabilidade econômica e a descoberta do pré-sal como propulsores da mudança de mentalidade das outras nações em relação ao país. “Não é pouca coisa para um país que era tratado como um paisinho de Terceiro Mundo até outro dia. Esse país entrou no cenário internacional para ficar”, disse Lula, sempre ligando usa figura ao sucesso crescente no exterior. “A diferença entre mim e as outras pessoas que governaram este país é que eu tenho de provar todo dia que o Brasil vai dar certo. Para mim não tem tempo feio. A única coisa impossível é Deus pecar. De resto não tem nada impossível?, disse Lula. Para os próximos sete anos, Lula destaca que é imprescindível a união das esferas federal, estadual e municipal na preparação do evento. Para isso, anunciou para o fim desta semana uma reunião para discutir como será tocado o projeto olímpico. O presidente também citou a vitória sobre Madri, Tóquio e Chicago como ponto de partida para o fim das favelas no Rio de Janeiro e no país. ?Se o Brasil continuar crescendo, gerando emprego e distribuindo renda por sete anos consecutivos, você pode ficar certo de que aquele povo que mora em barracos constrói casas de alvenaria. E as favelas vão virar bairros, com ruas e casas iluminadas. Estamos com investimentos imensos em todas as capitais do país e não apenas no Rio de Janeiro, por causa das Olimpíadas e da Copa do Mundo?, completou Lula, lembrando que o orçamento para os Jogos não deverá ser visto como gasto, mas como investimento. “A gente não tem que olhar quanto vai gastar, tem que olhar quanto a gente vai ganhar. É uma oportunidade para consertarmos um pouco mais o país”, avaliou. Não há possibilidade de uma Olimpíada e uma Copa do Mundo tirarem o foco dos problemas sociais. No fundo, a Olimpíada e a Copa são oportunidades para que possamos tentar resolver os problemas sociais. Até porque elas serão feitas para a população, não pelo governante A ou B. Não posso crer que creia oposição nesse momento contra as Olimpíadas?, concluiu o presidente brasileiro. Por 66 a 32 votos, o Rio de Janeiro foi escolhido na última sexta-feira para ser a sede das Olimpíadas de 2016, vencendo os projetos de Madri, Tóquio e Chicago. Será a primeira vez que o evento virá para a América do Sul.
Lula capitaliza Rio-16 e ratifica social
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