A candidatura mais sóbria entre as quatro finalistas ao posto de sede das Olimpíadas de 2016. Um plano com intervenções de pequeno porte, baseado em conceitos de sustentabilidade e uso do esporte para transformação do ambiente. Amparada pelos resultados dos Jogos de Barcelona, em 1992, Madri defenderá um projeto comedido em eleição realizada nesta sexta-feira, em Copenhague. E terá como principal inimiga a questão geográfica. O grande problema de Madri é o fato de estar na Europa. O continente já foi escolhido como sede das próximas Olimpíadas de verão (Londres-2012) e inverno (Sochi-2014), sequência que dificulta a manutenção da região para os Jogos seguintes. Para convencer o Comitê Olímpico Internacional (COI) a relevar a questão geográfica, Madri aposta fortemente em conceitos de sustentabilidade. A cidade planejou uma candidatura de 2,7 bilhões de euros (R$ 7 bilhões), a menos ousada entre as quatro finalistas. A ideia é aproveitar estruturas que já fazem parte do planejamento urbano da cidade, construídas com finalidades que vão além da organização das Olimpíadas. Entre todas as estruturas que Madri pretende usar nas Olimpíadas, por exemplo, apenas o velódromo e a arena do vôlei de praia são temporários. O restante aproveita ou aprimora equipamentos disponíveis na cidade e projeta utilidade mais longeva para esses espaços. O fato de aproveitar aparatos disponíveis e pensar no que eles representarão para a cidade depois das Olimpíadas é apenas um dos conceitos ligados à sustentabilidade no projeto de Madri ? por exemplo, 100% da energia para o torneio virá de meios renováveis e 100% do lixo será reciclado. O logotipo da candidatura espanhola é uma mão aberta, e toda a proposta está calcada em cinco conceitos: esporte, social, cultura, economia e ambiente. O plano de comunicação dos Jogos, por exemplo, vai até 2024. Todas as intervenções que serão realizadas na cidade caso Madri seja escolhida focam as necessidades do local em um intervalo de 20 anos. Por conta desse perfil comedido e ligado à sustentabilidade, a candidatura de Madri é apoiada por todas as autoridades locais. Sobretudo em virtude dos resultados positivos de Barcelona, cidade espanhola que recebeu os Jogos em 1992 e utilizou o evento como mote para uma transformação em sua estrutura. Assim como aconteceu em Barcelona, o projeto de Madri prevê intensa remodelação urbanística, com todas as estruturas necessárias para os Jogos incorporadas ao plano de desenvolvimento da cidade e as modalidades divididas de acordo com o perfil de cada região. Na eleição passada, Madri também esteve entre as quatro finalistas. Passou pela primeira eliminatórias, mas perdeu para Paris por dois votos ? posteriormente, a cidade francesa foi superada por Londres na decisão. ?Agora nós temos 77% da infraestrutura construída ou em processo de construção com um investimento aprovado. Não tínhamos isso na concorrência para 2012, o que faz de nós uma escolha mais segura agora?, disse Alberto Ruiz-Gallardón Jiménez, prefeito de Madri, em entrevista coletiva.
Madri aposta em plano comedido por 2016
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