Manchester City e Chelsea fazem o duelo mais esperado da 24ª rodada do Campeonato Inglês nesta segunda-feira, às 18h. Disputada no estádio do City, Etihad Stadium, a partida envolve os dois clubes com posturas mais parecidas fora do campo na terra da rainha.
Ambas as agremiações, antes de serem adquiridas por magnatas, detinham o status de equipes de médio porte na Inglaterra. Raras eram as vezes que os times azuis brigavam por algum título. No entanto, após serem comprados, os clubes mudaram o seu patamar e passaram a ser considerados grandes forças europeias – o que não quer dizer que tenham começado a gerar lucros frequentes.
Em julho de 2003, o Chelsea foi adquirido pelo russo Roman Abramovich, oligarca da antiga União Soviética que detém milhões e milhões ganhos a partir do petróleo. O magnata gastou 140 milhões de libras para se tornar dono absoluto do clube londrino.
Já o Manchester City foi adquirido em 2008 pelo xeque árabe Mansour bin Zayed Al Nahyan, um dos homens mais ricos do mundo. O City, que antes era considerado o “primo pobre” do arquirrival Manchester United, passou a rivalizar com os grandes do país e disputar títulos.
A diferença entre as equipes fica por conta do grau de agressividade na injeção de dinheiro de seus donos. O que o Chelsea investiu em quase 11 anos de gestão, o City investiu em apenas cinco.
Nestes quase 11 anos, Abramovich gastou cerca de 650 milhões de libras em contratações, estima a “BBC”. Teve dez treinadores diferentes. O mais duradouro foi José Mourinho, que atualmente comanda o clube em sua segunda passagem.
O City, por sua vez, adota uma postura muito mais agressiva. O clube de Manchester, que foi adquirido cinco anos depois, já gastou 610 milhões de libras com contratações. Apenas 40 milhões de libras a menos que o Chelsea, na metade do tempo.
Ambas as equipes só apresentam prejuízos em seus balanços financeiros desde que foram compradas. Só houve uma temporada com lucro, desde que Abramovich assumiu o Chelsea. Aconteceu em 2011/2012, e tudo porque os Blues conquistaram a Liga dos Campeões da Uefa.
Clubes (2012/2013) | Receita (£ milhões) | Prejuízo (£ milhões) |
Manchester City | 255,8 | 49,4 |
Chelsea | 271 | 51,6 |
Fonte: Balanços financeiros |
A agressividade do City, no entanto, não representa tanta eficiência em conquista de títulos. Adquirido em uma época muito mais competitiva e com os grandes clubes ingleses melhores estruturados, a equipe azul celeste ainda não conseguiu fazer frente aos grandes europeus nas competições da Uefa.
No Chelsea, Abramovich já festejou dois troféus europeus (Liga dos Campeões e Liga Europa), três títulos da Premier League, quatro Copas de Inglaterra e duas Copas da Liga, enquanto o xeque Zayed Al Nahyan comemorou um título da Premier League, que não vinha havia 44 anos, uma Copa da Inglaterra e uma Supercopa da Inglaterra.
Para a atual temporada o Manchester City foi, disparado, o clube que mais investiu em contratações de jogadores. Do total de 362,2 milhões de libras gastos pelos 20 clubes da Premier League, 91,1 milhões foram provenientes dos cheques assinados pelo bilionário árabe.
Numa liga rica, na qual os gastos com contratações são vultuosos, o City protagonizou quatro das seis mais altas contratações, incluindo a mais alta delas, a do meia Fernandinho, que veio do Shakthar Donetsk por 32,7 milhões de libras. Quando a partida desta segunda começar, tenha certeza: é jogo de gente grande, mesmo que esta gente tenha tido que gastar tanto dinheiro para atingir esse status.