Manutenção do Clube dos 13 tem aval dos “menores”

“A separação irá desvalorizar a negociação”, diz presidente do Sport

Os últimos dias têm sido agitados para o Clube dos 13, que vive a expectativa das negociações por direitos televisivos do Campeonato Brasileiro para o triênio de 2012 a 2014. O Corinthians se recusou a participar e anunciou que vai deixar o grupo. Botafogo, Flamengo, Fluminense, Vasco e Coritiba também rechaçaram participar da concorrência feita pela entidade. O racha da instituição ainda não chegou ao fim, mas já conta com fiéis remanescentes. As equipes que formam a base do comando (Atlético Mineiro, Internacional e São Paulo) têm sido sustentadas por outras que figuram no grupo que recebe a menor fatia da venda televisiva.

No atual cenário, Atlético Paranaense, Coritiba, Sport, Vitória, Portuguesa, Guarani e Goiás são as equipes que menos recebem verba de televisão do Clube dos 13. Atualmente, está nesse grupo a principal base aliada da entidade que representa as equipes.

Além de Atlético Mineiro, Internacional e São Paulo, equipes que formam o comando atualmente, Atlético Paranaense, Goiás, Guarani, Portuguesa e Sport são os principais defensores do Clube dos 13 no modelo existente.

Para Gustavo Dubeux, presidente do Sport, que atualmente está na Série B do Campeonato Brasileiro, o Clube dos 13 conseguiu negócios proveitosos para as equipes nos últimos anos. “Queremos que prevaleça o bom senso. A separação irá desvalorizar a negociação em grupo e a individual”, afirmou.

De fato, nos últimos anos a valorização do direito de transmissão do Campeonato Brasileiro foi elevada. Em 15 temporadas, o montante negociado subiu 1250%. A quantia para 1995 foi estipulada em R$ 10 milhões. Para o triênio entre 2008 e 2011, chegou a R$ 250 milhões. Agora, a promessa do C13 é atingir R$ 500 milhões apenas com TV aberta entre 2012 e 2014. Isso, contudo, sem considerar a cisão que ocorreu nos últimos dias.

Gustavo Dubeux admite torcer pela vitória da rede Globo, alegando que o canal dá maior audiência aos jogos do que a Record, o que valorizaria os patrocínios. A margem estabelecida em favor da Globo, de 10%, também agrada o presidente do Sport, mas foi fator de irritação no clube que tem liderado a vazão do grupo, o Corinthians. Em comunicado oficial, o presidente Andrés Sanchez chamou de “irresponsável” o modo como o grupo conduziu a concorrência.

Insatisfeito, Sanchez não deverá ficar sozinho entre aqueles que preferem a negociação individual. Dos 20 clubes que compõem o Clube dos 13, cinco já tomaram a mesma decisão do Corinthians – os quatro cariocas e o Coritiba. A expectativa é que o grupo ganhe algumas companhias nos próximos dias. Segundo o jornalista Ricardo Perrone, blogueiro do “UOL”, o próximo deve ser o Palmeiras, cujo presidente Arnaldo Tirone tem se aproximado de Sanchez.

Ainda entre as possibilidades de abandono, o colunista da revista “Veja”, Lauro Jardim, afirmou que mais duas equipes podem aderir ao grupo dissidente: Grêmio e Goiás. Apenas a diretoria goiana negou essa informação à Máquina do Esporte. O presidente esmeraldino, Hailé Pinheiro, é próximo de Fábio Koff, mandatário do Clube dos 13. Dessa forma, tem-se mais uma agremiação que está no grupo dos que menos ganham em direitos televisivos e que sustenta a união.

Por esse mesmo caminho seguiram Guarani, Portuguesa e Atlético Paranaense. O presidente da equipe rubro-negra, Marcos Malucelli, criticou a decisão dos dissidentes, apostando que a cisão será prejudicial a eles também. “A negociação interessa a todos os clubes, inclusive aos cariocas. Eles deveriam estar interessados, porque os direitos televisivos devem mais do que dobrar”, apostou.

Entre os que menos ganham, portanto, apenas o Coritiba já se posicionou de forma contrária ao Clube dos 13. E o Vitória, que ainda não definiu um lado, tem grandes chances de seguir o mesmo caminho. No ano passado, os baianos votaram contra a atual diretoria da entidade em eleição presidencial – na época, Fábio Koff superou Kléber Leite, candidato endossado pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF), por 12 votos a oito.

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