A Confederação Africana de Futebol, reunida na terça-feira, no Cairo, decidiu retirar do Marrocos a sede da 30ª edição da Copa Africana de Nações. A CAF ainda não fixou qual será a nova sede da competição, prevista para acontecer entre 17 de janeiro e 8 de fevereiro.
“Em dois ou três dias divulgaremos qual será a nova sede”, afirmou Issa Hayatou, presidente da confederação continental.
“Tudo o que posso dizer é que a competição será jogada em outro país. Já tivemos pedidos de algumas federações nacionais. Mas ainda não tivemos tempo de entrar em contato com esses países para definirmos a organização. Portanto, não posso dizer onde o torneio será jogado. Mas ele irá acontecer”, acrescentou o camaronês.
A seleção marroquina também foi eliminada do evento. Caso haja uma punição mais dura, a equipe olímpica, que busca classificação para os Jogos do Rio de Janeiro, em 2016, também poderá ser afetada.
A CAF ainda estuda que outras formas de punição dará ao país, incluindo econômicas. O país poderá ser acionado por quebra de contrato, firmado com a entidade em abril, para a realização do campeonato.
Preocupado com a epidemia de ebola, o Marrocos havia pedido o adiamento do torneio para junho, o que prejudicaria o calendário internacional da Fifa. Na semana passada, dirigentes da confederação continental chegaram a se reunir com o governo de Rabat para tentar uma solução para o caso, mas não houve consenso.
Os 16 membros do Comitê Executivo da CAF resolveram então, de forma unânime, retirar do Marrocos o papel de país anfitrião.
O governo e os dirigentes do Marrocos sustentam que é um perigo realizar a competição, que deve atrair um milhão de visitantes ao país e pode se tornar um foco de propagação do vírus. Como argumento, o país utiliza os informes da Organização Mundial da Saúde, que mostram que a doença já matou 4.700 pessoas e ainda é um risco em várias nações.
A CAF, por sua vez, também utilizou a OMS em seus argumentos, dizendo que a entidade não recomenda a suspensão de nenhuma competição esportiva.
A CAF se reuniu há dez dias em Argel (Argélia), confirmando a manutenção das datas e dando ultimato ao Marrocos a respeito do tema. O país do norte da África pediu que a disputa acontecesse em junho de 2015, durante o período do Ramadã, ou fosse remarcado para 2016, quando se acredita que haverá vacina para o ebola.
As datas das partidas que ainda restam ser jogadas para a classificação das seleções foram mantidas entre sexta-feira e domingo.