Material promocional expõe desafio na Fonte Nova

A Itaipava Arena Fonte Nova, que recebeu no último domingo o primeiro jogo oficial, instituiu um novo padrão para estádios de futebol em Salvador. Contudo, também mostrou que há desafios de grandes proporções para esses equipamentos. O material promocional é um exemplo disso.

O jogo inaugural teve distribuição de uma série de artefatos, como adesivos, infláveis e adereços de papelão. No entanto, nem todos foram bem aproveitados pelos 37.274 presentes.

Um exemplo disso aconteceu no lance do primeiro gol marcado pelo Vitória, de pênalti, no primeiro tempo do clássico contra o Bahia. Renato Cajá converteu a infração, e a reação do público foi imediata: mãos de papelão foram atiradas para o alto, e uma delas atingiu o gramado.

A cena chegou a lembrar a chuva de bandeiras ocorrida em 2000, no Morumbi, quando a seleção brasileira venceu a Colômbia por 1 a 0 em duelo válido pelas Eliminatórias para a Copa do Mundo. Naquela partida, revoltada com o desempenho da equipe da casa, a torcida atirou os artefatos na direção do gramado.

As mãos usadas na Itaipava Arena Fonte Nova de papelão tinham a inscrição “Eu curti 100%”, que faz alusão ao conceito de “cerveja 100%”. A agência de publicidade Y&R, que tem a conta da Itaipava, tem usado isso nas campanhas da marca.

Depois de o Vitória ter batido o Bahia por 5 a 1 no clássico, grande parte das mãos de papelão ficou jogada no chão do entorno da Itaipava Arena Fonte Nova.

Em contrapartida, o público assimilou com muito mais facilidade o uso dos infláveis. Houve distribuição de artefatos de bate-bate, e o som no interior do estádio foi guiado por eles durante todo o jogo.

Outro ponto em que a cultura vigente ainda não foi desafiada é a marcação de lugares. A nova arena, como pede a Fifa, tem cadeiras em todos os setores. A venda, ao menos na Copa do Mundo, será com lugares numerados.

No jogo inaugural, porém, isso não foi respeitado. Os orientadores do interior do estádio pediram que fossem respeitados apenas os setores de mandante (Bahia) e visitante (Vitória) e os anéis (a arena tem três patamares de cadeiras). Dentro dessas áreas, o público tinha liberdade para circular.

* Os repórteres viajaram para Salvador a convite do Grupo Petrópolis.

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